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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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Igreja Católica tem R$ 2 mi para combate ao desemprego

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com R$ 2 milhões de verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), a Igreja Católica vai ajudar no combate ao desemprego com quatro postos de intermediação e qualificação de mão-de-obra na periferia de São Paulo.
O projeto é feito em parceria com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e os governos federal, estadual e municipal, além de entidades empresariais. Foram inaugurados postos de atendimento no Brás (zona leste) e no Centro Bizantino do Trabalhador, em Santo Amaro (zona sul).
Esses postos e os demais a serem inaugurados -Ceats (Centros Arquidiocesanos do Trabalhador)- oferecerão serviços que incluem o encaminhamento ao seguro-desemprego e a inserção do desempregado e de seus familiares no mercado de trabalho.
"A idéia é atender cerca de 150 pessoas por dia em cada posto, e, num prazo de 30 dias, fazer cerca de 250 atendimentos por dia. As comunidades escolhidas são bolsões de miséria e pobreza, onde estão de fato os trabalhadores excluídos. Nosso objetivo é ir até a periferia ", diz o padre Lício de Araújo Vale, um dos coordenadores do projeto e secretário-executivo da CNBB.
Em uma primeira etapa estão previstos 22 cursos de qualificação profissional, e a previsão é treinar cerca de 3.000 pessoas.
Com o Sebrae, estão previstos cursos voltados para o empreendedorismo. "A idéia é apresentar alternativas de geração de renda", diz José Luiz Ricca, superintendente da entidade. Por meio de programas do Sebrae -Aprender a Empreender (de informação) e Saber Empreender (de formação para pequenos negócios pequenos empreendedores), o objetivo é atender 3.500 pessoas em 180 cursos até o final do ano.
O projeto prevê a captação de vagas em pequenos negócios da região onde estão ficam os postos. "As vagas serão buscadas em padarias, lojas, açougues e no comércio local.", diz o padre Lício.
José Eduardo da Silva Ribeiro, 23, que há mais de dois meses mora no Arsenal da Esperança, casa que acolhe moradores de rua no Brás e que será utilizada no projeto piloto de intermediação de mão-de-obra, já está na fila de espera para uma vaga. "Datilografia, informática, quero estudar tudo e aprender. Meu grande sonho é ser professor", afirmou.
Ribeiro conseguiu um bico de recepcionista no Ceagesp, na Marginal Tietê, onde consegue R$ 100 por mês. Além de ajudar como voluntário no abrigo onde mora, recolhe latinhas para reciclagem. "Por 20 latinhas posso almoçar no restaurante Bom Prato que tem aqui. Por três, posso cortar o cabelo." (CR)


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