Empresas dos EUA perderam dois PIBs do Brasil
As 1.200 maiores empresas
americanas já perderam em valor de mercado, neste ano, o
equivalente a dois PIBs brasileiros. Entre 31 de dezembro do
ano passado e 24 de julho, as
perdas dessas companhias somaram US$ 2,4 trilhões. Nesse
mesmo período, o valor das 395
empresas negociadas na Bolsa
brasileira caiu US$ 45 bilhões.
A primeira conclusão que se
extrai desses números, segundo Einar Rivero, economista da
Economática e autor dessas
contas, é a de que as perdas das
companhias americanas foram
muito maiores do que as do
Brasil. O valor das 1.200 maiores empresas americanas caiu
15,1% no período e, no Brasil, a
queda foi de apenas 2,7%.
O impacto maior sofrido pelas companhias americanas é
compreensível. Afinal, a atual
crise começou há um ano, nos
Estados Unidos, quando estourou a bolha do crédito imobiliário no mercado chamado "subprime" de hipotecas, de alto risco. De lá para cá, se sobrepuseram outras crises, como a disparada dos preços das commodities, sobretudo do petróleo.
Para o economista Roberto
Padovani, estrategista-sênior
para América Latina do banco
WestLB, há várias razões que
explicam o fato de o Brasil ter
sofrido menos do que os Estados Unidos até agora. Em primeiro lugar, o fato de, hoje, o
mundo não ser tão dependente
dos Estados Unidos. A China
tem sustentado boa parte do
crescimento global.
Além disso, o Brasil é um
grande produtor de commodities, o que favoreceu o país até
agora. Apesar de o preço das
commodities ter sofrido uma
pequena queda agora, depois
de ter disparado em junho, a
tendência ainda é de alta para
os próximos meses.
Padovani também destaca o
fato de o Brasil ter adotado uma
política econômica responsável
nos últimos 15 anos. As decisões recentes do Banco Central
de elevar os juros reforçam essa
tese. O aumento na semana
passada da Selic de 0,75 ponto
foi, inclusive, bem recebido pelos analistas internacionais.
Apesar de as companhias
americanas terem sofrido mais
com a crise, as perdas registradas pelas empresas brasileiras
não deixam, no entanto, de serem significativas. Essa queda
praticamente devolve as altas
obtidas após o país ter sido promovido a grau de investimento
pelas agências de "rating". As
maiores perdas foram registradas pelas companhias que abriram o capital no ano passado.
AVANÇO
VENDA DE FERTILIZANTE CRESCE 22% ATÉ JUNHO, AFIRMA ASSOCIAÇÃO
As vendas de fertilizantes cresceram 22% no primeiro semestre ante igual período de 2007, diz a Anda (Associação
Nacional para a Difusão de Adubos) -o volume passou de
9,4 para 11,5 milhões de toneladas. Segundo ela, parte do
avanço vem da antecipação das compras do produtor. Mário
Barbosa, presidente da Anda, diz que, apesar da alta do preço do fertilizante, as vendas devem subir neste ano em razão
da boa rentabilidade de culturas como milho e soja.
Aluguel de escritório sobe 73,2% em SP
O preço do aluguel de imóveis comerciais cresceu
73,2% no ano passado em
São Paulo, segundo a consultoria Cushman & Wakefield.
O valor dos aluguéis passou
de US$ 25 m2 útil/mês em
2006 para US$ 43 m2 útil/
mês no ano passado.
A oferta de escritórios de
alto padrão avançou 6% no
período e deve chegar a 15%
em 2008, diz a consultoria.
O crescimento econômico e
a vinda de empresas à cidade explicam o aquecimento.
A demanda crescente faz
com que, na região da avenida Faria Lima, por exemplo,
o aluguel do imóvel chegue a
R$ 110 por m2 ao mês.
Outra pesquisa da Cushman & Wakefield mostra
que, para escritórios de altíssimo padrão, a alta de
preço atingiu 39% em 2007.
TOLERÂNCIA ZERO
O Sindicato de Hotéis,
Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo, junto com outras entidades,
enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a lei seca e protocolou um requerimento
no Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para
defender a flexibilização
da regra. A proposta do
sindicato é que a margem
de tolerância passe de
dois para seis a oito decigramas de álcool por litro
de sangue. "Eu apóio a lei.
O que nós queremos é
aprimorar a legislação para que ela não seja tão dura", diz Nelson de Abreu
Pinto, presidente do sindicato paulista. Segundo
ele, a média nacional é de
queda de 30% no movimento de casas noturnas
e bares.
NA CARTEIRA
A Roche anuncia a aquisição dos laboratórios Mirus
Bio Corporations, com sede
nos EUA, de pesquisas de
RNAi, e do canadense Airus
Research, que desenvolve
terapias para câncer. As negociações envolveram, respectivamente, US$ 125 milhões (americanos) e US$
191 milhões (canadenses).
À MESA
A Federação Nacional dos
Engenheiros organiza, de
agosto a setembro, o evento
A Engenharia e a Cidade, em
que vai receber todos os candidatos à Prefeitura de São
Paulo para ouvir as propostas em infra-estrutura. A federação vai oferecer aos candidatos projetos dos engenheiros para São Paulo.
DIA FELIZ
O Grupo de Apoio à Criança e ao Adolescente com
Câncer quer arrecadar cerca
de R$ 3 milhões com a 20ª
edição do McDia Feliz, em
30 de agosto. A receita gerada representa 10% do orçamento anual do grupo.
PEREGRINAÇÃO
A Expedição Brasil Melhor, que reúne 70 empresários em viagem pelo país, deve distribuir 80 toneladas de
alimento, 27.000 kits escolares, 22.000 kits odontológicos, entre outros itens,
nesta edição do evento.
PORTA-AVIÕES
A Copa Airlines, subsidiária da Copa Holdings S.A., e a
Boeing anunciam a encomenda de duas aeronaves
Boeing-737/800 para entrega em 2010 e em 2011. Os
aviões serão usados nas rotas mais longas da companhia no Brasil a partir de São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte.
AGREGADO
A Votorantim Cimentos
teve recorde de venda, em
junho, no negócio de agregado (materiais adicionados ao
cimento para fabricar concreto, como brita e areia). A
fábrica em Salto do Pirapora
(SP) vendeu 74 mil toneladas de agregados no mês. O
recorde anterior foi de 69
mil toneladas em maio.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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