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China reestrutura setor para forçar competição entre telefônicas estatais
DA ENVIADA ESPECIAL À CHINA
O governo chinês reestruturou o setor de telecomunicações para criar três conglomerados com atuação em telefonias fixa e móvel e oferta de
banda larga. O objetivo da mudança, implementada no mês
passado, foi induzir as empresas a competirem entre si, melhorarem os serviços e reduzirem os preços.
Os três conglomerados são a
China Telecom, a China Mobile
e a China Unicom. Todas têm
controle de capital estatal. Na
reestruturação, desapareceram
a China Netcom, de telefonia
celular, e a Railcom, de telefonia fixa, cujas redes foram vendidas aos conglomerados.
A China Mobile, que só tinha
telefonia celular, passou a oferecer o serviço fixo com a compra da Railcom. O terceiro conglomerado, a China Unicom, já
oferecia telefonia fixa.
A universalização do serviço
de telefonia na China tem sido
garantida pelo celular. Todas as
localidades do país, mesmo as
menores e mais remotas, têm
cobertura de celular. O país
considera que é menos caro fazer a universalização da telefonia com o celular do que com a
construção de redes fixas. No
Brasil, o compromisso de universalização é das teles fixas.
Embora as teles tenham cobertura nacional, as tarifas variam. Nas Províncias, o preço é
fixado em razão do poder aquisitivo de cada localidade.
Após a reestruturação, a China Mobile continua a maior
operadora de celular, com 300
milhões de assinantes, mais a
operação de telefonia fixa da
Railcom, considerada pequena.
A China Unicom é a segunda
operadora de telefonia fixa em
número de assinantes e tem
170 milhões de clientes de celular. A China Telecom ficou com
110 milhões de assinantes de
telefonia móvel e 220 milhões
de clientes no serviço fixo.
A discussão sobre a entrada
das teles no mercado de TV paga, que gerou uma queda-de-braço entre empresas e a compra de redes de TV a cabo pelas
companhias de telefonia no
Brasil, não existe na China. Lá,
a TV por assinatura é explorada
pelas radiodifusoras estatais,
que também fornecem conteúdo para o serviço de IPTV (TV
paga via internet).
As TVs estatais, ao contrário
do modelo brasileiro, faturam
com a venda de comerciais. Em
Pequim, a estatal CCTV tem 15
canais de televisão (esportes,
notícias, filmes etc.), e a TV Beijing, municipal, outros nove.
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