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Faturamento das companhias deve cair 25% com "energia nova"
DA REPORTAGEM LOCAL
No próximo ano, as geradoras
federais terão uma redução de
25% no seu faturamento, segundo o presidente da Abrage (Associação Brasileira das Grandes Empresas Geradoras de Energia Elétrica), Flávio Neiva. "As empresas
ficarão numa situação difícil", diz.
Essa queda de faturamento será
resultado da decisão do governo
de reduzir em 25% os contratos
iniciais de fornecimento de energia às distribuidoras, que foram
firmados à época da privatização.
Essa "energia velha" seria substituída pela "energia nova", das
termelétricas a serem implantadas até 2004. A medida foi adotada antes do racionamento como
forma de estimular os investimentos no PPT (Programa Prioritário de Termeletricidade).
A energia que será liberada dos
contratos iniciais no ano que vem
será vendida em leilões pelo MAE.
"O problema é que não sabemos
quanto vamos conseguir recolocar dessa energia", diz Neiva. O
primeiro leilão do MAE para venda dessa energia, realizado no dia
19 de setembro, foi um fiasco. Só
33,3% dos lotes ofertados pelas
geradoras foram vendidos.
O preço pedido, em torno de R$
48 o megawatt-hora, desestimulou as distribuidoras e comercializadoras de energia. Afinal, no
mercado livre do MAE o preço está em torno dos R$ 4 o megawatt-hora. "Há um imediatismo muito
grande: estamos vendendo energia para 2007 e o preço do MAE
vale para hoje. Se parar de chover
e os reservatórios das hidrelétricas baixarem, o preço subirá",
acrescenta Neiva.
Superoferta
Segundo ele, a "situação conjuntural de superoferta está impedindo que se contrate energia de
longo prazo". O resultado disso é
que as geradoras terão prejuízo e
o PPT não avança. O programa
das termelétricas até foi reduzido
pelo governo.
Em abril, o programa previa a
instalação de 40 termelétricas, capazes de gerar 13.000 MW até o final de 2004. Em julho, o governo
anunciou que o aumento na geração termelétrica deverá ficar entre
8.000 MW e 9.000 MW.
Diante desse quadro, a Abrage,
informa Neiva, vai sugerir ao governo que compre a energia liberada dos contratos iniciais, para
formar uma reserva estratégica.
"Se essa energia não for vendida,
as geradoras terão de desmobilizar equipamentos", diz ele.
A entidade vai propor, também,
que as distribuidoras contatem
100% do consumo previsto para
os próximos seis anos, e não os
atuais 85%.
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