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Dow Jones pode ter o pior junho desde 1930
DA REDAÇÃO
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caminha para ter o pior junho
desde 1930, quando os Estados
Unidos passavam pela Grande
Depressão. Restando ainda o
pregão de segunda-feira, o índice já caiu 10,22% no mês, maior
queda em 78 anos, quando ele
retrocedeu 18%.
Para que isso não aconteça, o
índice Dow Jones (composto
por 30 grandes empresas como
Coca-Cola, Microsoft e GM) terá que subir mais de 1,05% na
segunda-feira, o que não acontece desde o dia 13 (alta de
1,37%). Caso isso ocorra, o pior
junho desde 1930 continuará
com o de 1962.
O mês de junho foi especialmente ruim para a Bolsa de Nova York -as duas maiores queda do ano foram registradas nas
últimas três semanas. A desvalorização de 3,13%, que ocorreu
no dia 6, foi a segunda maior
desde março de 2003, só perdendo para o 3,29% de 27 de fevereiro de 2007, após as perdas
expressivas na Bolsa de Xangai
(China) gerarem uma onda de
temor pelos mercados financeiros mundiais. Anteontem, o
índice Dow Jones recuou
3,03% e atingiu o seu menor nível desde setembro de 2006.
Dos 19 pregões realizados
neste mês, 13 terminaram negativos. Antes do dia 6, o pior
resultado do ano tinha ocorrido
em 5 de fevereiro: desvalorização de 2,93%. No ano, o índice
Dow Jones acumula queda de
14,5%.
Ontem, o índice Dow Jones
caiu mais 0,93% e se aproximou do chamado "bear market", quando o mercado acumula desvalorização de 20%
desde o seu pico. Com a queda
de ontem, ele já caiu 19,89%
desde 9 de outubro do ano passado, quando chegou ao seu nível máximo: 14.164,53 pontos.
A última vez que a Bolsa de
Nova York entrou nesse período foi de 2000 a 2003, entre o
estouro da bolha da internet e a
recessão econômica dos EUA.
Em média, eles duram cerca de
dez meses.
Como aconteceu anteontem,
o principal motivo para a queda
no mercado foi as previsões sobre bancos. Para analistas do
Merrill Lynch, o Lehman Brothers vai ter uma baixa contábil
(revisão dos valores de ativos)
de US$ 5,4 bilhões no segundo
trimestre, devido ao rebaixamento das notas de seguradoras de títulos de dívida como
MBIA e Ambac pelas agências
de classificação de risco.
"As notícias sobre os resultados são de que o segundo trimestre provavelmente será
pior do que imaginávamos",
afirmou Ron Sweet, vice-presidente da USAA Investment
Management. "As velhas notícias continuam rondando: são
os preços de energia, são as baixas contábeis dos bancos, é a
desaceleração da economia".
As ações do JPMorgan Chase
foram as que mais caíram ontem entre as empresas do índice Dow Jones, 3,5%. Mas outras empresas ligadas ao setor
financeiro também tiveram
desvalorização em seus papéis.
Os do Citigroup, o maior banco
dos Estados Unidos, tiveram
queda de 2,38%, e os do American Express, 2,19%. As ações do
Lehman Brothers, que não fazem parte do Dow Jones, recuaram 1,59%.
Mais amplo, o S&P 500, formado por 500 empresas, retrocedeu 0,37% ontem. Já a Nasdaq, que reúne empresas de alta tecnologia, caiu 0,25%. Na
Europa, as Bolsas de Paris e
Frankfurt se desvalorizaram
em 0,65% e 0,58%, respectivamente. Já Londres teve alta de
0,21%. O mercado mexicano se
valorizou em 0,33%.
Na Ásia, que operou ainda sobre o impacto negativo de anteontem, a Bolsa de Tóquio recuou 2,01%. Em Hong Kong, a
queda foi de 1,84%.
Com a Bloomberg
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