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Lula diz que venda da Varig é "caso encerrado'
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O presidente Lula disse ontem que o processo de venda da
Varig é um "caso encerrado" e
classificou de "falsa manchete"
a suposta influência do advogado Roberto Teixeira nas negociações. "Acho um absurdo que
alguém invente uma suspeita
sobre um acordo feito e determinado por um juiz do começo
ao fim", disse Lula ontem, em
Caracas, ao ser questionado sobre a participação de Teixeira,
seu compadre, no negócio.
"Quem criou a mentira ou
quem inventou a falsa manchete que se explique para a sociedade. As pessoas que não fiquem procurando no presidente da República respostas para
coisas que quem criou a manchete tem de responder", continuou Lula, ao lado do presidente Hugo Chávez, durante evento na estatal PDVSA.
"Graças a Deus, teve alguém
que comprasse [a Varig], porque senão iria falir definitivamente", encerrou, arrancando
aplausos da audiência de cerca
de 400 pessoas, a maioria funcionários da PDVSA vestida
com camisas vermelhas.
Teixeira é advogado do fundo
americano Matlin Patterson,
que integrou sociedade com
empresários brasileiros que
comprou a VarigLog.
Reportagem da Folha publicada na terça-feira revelou que
Teixeira esteve ao menos seis
vezes no Planalto com Lula
desde 2006, em encontros não
registrados pela agenda pública do presidente.
No início deste mês, a ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise
Abreu acusou a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) de interferência no processo de venda
da Varig para a VarigLog.
De gás a mortadela
Lula e Chávez encerraram
seu quarto encontro bilateral
em nove meses com a assinatura de 21 acordos entre governos
e empresas dos dois países.
O presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, assinou
"acordo de princípios" para a
compra de gás natural liqüefeito (GNL) venezuelano a partir
de 2013. A previsão é que o volume inicial fique em torno de 4
milhões de metros cúbicos/dia.
A Petrobras e a PDVSA, por
outro lado, não fecharam o contrato para a sociedade da refinaria de Pernambuco, que já
está em construção, mas apenas com investimento brasileiro. Questionado sobre a demora, Lula disse que "isso não é
uma ação entre amigos, é um
acordo entre dois Estados e
duas grandes empresas, e nós
queremos que os acordos sejam
para muitos anos".
Gabrielli disse que "houve
avanços" nas negociações, mas
não comentou quais são os
pontos sem consenso.
Os acordos assinados ontem
no encontro presidencial incluíram até a venda de 20 mil
toneladas de frango pela Sadia
e 12 mil toneladas de mortadela
pela Seara.
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