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Aneel licita linhas com
menor deságio desde 2003
Redução com relação à tarifa máxima foi de 20,2%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) licitou 12 lotes de linhas de transmissão e
subestações de energia elétrica
com deságio médio sobre a tarifa máxima de 20,18%, o mais
baixo desde o leilão de 2003
(39,24%). Três dos blocos, porém, vão gerar uma economia
de R$ 1,5 bilhão às contas dos
consumidores ao interligarem
o sistema isolado da região
Norte à usina de Tucuruí (PA).
Para o diretor-geral da Aneel,
Jerson Kelman, o deságio reduzido já era previsto, pois a tarifa
máxima foi melhor calibrada.
O leilão da Aneel segue um
modelo inverso: arremata a linha ou a subestação a companhia que aceitar receber a menor tarifa de transmissão durante o período de concessão.
Ao todo, sete empresas ou
consórcios levaram os 12 lotes.
A espanhola Isolux arrematou
dois blocos, com cinco linhas e
três subestações, que integram
o "linhão" que fará a interconexão da usina de Tucuruí (PA) à
porção oeste do Pará e ao Amapá, ligando os dois Estados ao
sistema interligado nacional.
O Consórcio Amazonas, liderado pelas estatais Eletronorte
e Chesf, ficou, por sua vez, com
o outro lote que completa o "linhão", composto por duas linhas e duas subestações, responsáveis pela ligação final até
Manaus (AM).
Quando concluído, em 2011,
o "linhão" permitirá uma economia de R$ 1,5 bilhão por ano
do gasto total de R$ 3 bilhões
com a CCC (Conta de Consumo
de Combustíveis), subsídio pago pelos consumidores para financiar a geração de termelétricas a diesel no Norte.
"Essa é uma linha importantíssima, que vai ligar Tucuruí a
Macapá e Manaus e trará para o
sistema interligado o último
grande sistema isolado do
país", disse Márcio Zimmermann, secretário-executivo do
Ministério de Minas e Energia.
Segundo o secretário, já está
em curso a construção da interligação de Acre e Rondônia com
o sistema interligado, por meio
de conexão com o Mato Grosso.
Desse modo, afirma, o custo da
CCC será reduzido em 80%
quando o "linhão" de Tucuruí
estiver pronto, em 2011.
Restarão apenas áreas mais
distantes de Amazonas, Amapá
e todo o Estado de Roraima isolados, utilizando diesel como
fonte de energia. Nessas localidades, diz Zimmermann, não é
economicamente viável investir em linhas de transmissão,
Para suportar os altos custos
de construção na Amazônia, os
lotes que integram o "linhão"
tinham tarifas mais altas. Vencido pelo Consórcio Amazonas,
o lote "C" prevê receita tarifária
anual de R$ 101,6 milhões -deságio de 7%-, com 586 km de
linhas e duas subestações.
Com distância maior de linhas (775 km), o lote "D" foi arrematado com uma receita
anual de R$ 25,95 milhões
-deságio de 29,48%- por consórcio formado por Empresa
Amazonense de Transmissão
(51%) e a estatal Cemig (49%).
Também levaram lotes Chesf
(um na Bahia), Elecnor (no Rio
e em Goiás) e Ceteep (três em
São Paulo, um em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul).
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