São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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Para especialista, cursos não ajudam

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o especialista em mercado de trabalho e professor da USP Hélio Zylberstajn, o fim dos cursos não prejudicará os trabalhadores nem terá impacto nas economias dos Estados, como avaliam os secretários de Trabalho.
"Os governos estaduais utilizam as verbas do FAT para acirrar a guerra fiscal. Eles isentam as empresas de impostos e treinam a mão-de-obra desqualificada. Esse não é um bom caminho para a utilização desses recursos", diz.
Ele avalia que o impacto do fim dos cursos é zero. "Em 80 horas [duração dos cursos do Planfor" não se qualifica uma pessoa. O que mais me preocupa é que os candidatos à Presidência já disseram que vão manter esses programas. É um desperdício de dinheiro." O professor diz que o governo deveria se preocupar em criar empregos para a mão-de-obra não-qualificada e não tentar adaptá-la a outro tipo de trabalho.
Zylberstajn afirma também que um estudo feito há dois anos mostrou que um desempregado que teve acesso a cursos de qualificação tem a mesma dificuldade para retornar ao mercado de trabalho do que um que não participou.
Os convênios com as centrais sindicais para a qualificação profissional não foram afetados, como foram os dos Estados. Até abril, CUT, Força Sindical, SDS, CGT e Dieese receberam R$ 44,15 milhões. Esse valor é a metade do repasse total que deve ser feito ainda neste ano. (CR e FF)

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