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Para especialista, cursos não ajudam
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o especialista em mercado
de trabalho e professor da USP
Hélio Zylberstajn, o fim dos cursos não prejudicará os trabalhadores nem terá impacto nas economias dos Estados, como avaliam os secretários de Trabalho.
"Os governos estaduais utilizam
as verbas do FAT para acirrar a
guerra fiscal. Eles isentam as empresas de impostos e treinam a
mão-de-obra desqualificada. Esse
não é um bom caminho para a
utilização desses recursos", diz.
Ele avalia que o impacto do fim
dos cursos é zero. "Em 80 horas
[duração dos cursos do Planfor"
não se qualifica uma pessoa. O
que mais me preocupa é que os
candidatos à Presidência já disseram que vão manter esses programas. É um desperdício de dinheiro." O professor diz que o governo deveria se preocupar em criar
empregos para a mão-de-obra
não-qualificada e não tentar
adaptá-la a outro tipo de trabalho.
Zylberstajn afirma também que
um estudo feito há dois anos mostrou que um desempregado que
teve acesso a cursos de qualificação tem a mesma dificuldade para
retornar ao mercado de trabalho
do que um que não participou.
Os convênios com as centrais
sindicais para a qualificação profissional não foram afetados, como foram os dos Estados. Até
abril, CUT, Força Sindical, SDS,
CGT e Dieese receberam R$ 44,15
milhões. Esse valor é a metade do
repasse total que deve ser feito
ainda neste ano.
(CR e FF)
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