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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Queda no preço do petróleo é temporária, afirmam bancos
Desde o último pico, em 4 de
julho, o barril do petróleo negociado em Nova York já caiu
15,16%, sendo vendido a US$
123,26 na sexta. No entanto, o
mercado não deve se animar
demais com essa significativa
baixa, achando que o movimento de escalada dos preços
da commodity se inverterá.
A cotação do produto deve
continuar em nível elevado por
alguns anos, já que a tendência
é a de que a demanda permaneça aquecida, na avaliação do departamento de análises econômicas do banco Itaú. "Tudo que
podemos dizer é que estamos
diante de uma queda de preço
temporária gerada por fatores
sazonais, mas os fundamentos
sustentam a tendência de longo
prazo de alta no preço", diz o
departamento, em relatório.
Para os economistas do Bradesco, a baixa observada nos últimos dias se deve ao cenário de
desaceleração nos Estados
Unidos, a um relativo alívio das
tensões geopolíticas no Oriente
Médio e a um aumento da margem dos estoques dos países
que fazem parte da OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico),
grupo que reúne 30 países desenvolvidos -grandes consumidores, portanto.
Na opinião dos analistas, ainda haverá bastante volatilidade
de cotações no curto prazo e os
preços devem seguir altos por
conta de restrições do lado da
oferta -a Opep (Organização
dos Países Exportadores de Petróleo) não pretende aumentar
a produção tão cedo- e em razão das nações emergentes, que
experimentam uma fase de
crescimento mais pronunciado. "A principal lição a ser tirada do comportamento recente
dos preços é a de que a preços
próximos de US$ 150 a reação
da demanda de fato ocorre, ou
seja, talvez esse seja um limite
tácito às cotações ditado pelo
comportamento do consumo",
diz o relatório do Bradesco.
Segundo o estudo do Itaú, o
risco de aumento da commodity é ainda maior se a economia global der sinais de recuperação e a norte-americana
emergir com sucesso da desaceleração. "Porém, o impacto
maior pode acontecer graças à
reação dos bancos centrais. Se o
preço se mantiver nos atuais
patamares, provocará pressões
de custo que poderão ser repassadas na cadeia produtiva. Assim, os bancos centrais devem
reagir com taxas de juros menos expansivas, levando a uma
desaceleração do crescimento
mundial maior do que o esperado", diz o relatório do banco.
Empresário vê estabilidade, afirma Godoy
O anúncio de aumento do
superávit primário, a alta de
juros para combater a inflação e a disposição em priorizar gastos de infra-estrutura
para complementar os investimentos privados demonstram que o governo e o
Banco Central estão comprometidos com a estabilidade da economia.
A tese é de Tarcisio Godoy, diretor-presidente da
Brasilprev, que foi secretário do Tesouro Nacional até
meados do ano passado.
"O importante na decisão
de investimento do setor
privado é a previsibilidade.
Na minha opinião, o setor
acredita que o governo não
vai deixar de tomar as atitudes necessárias para ter a inflação sob controle", diz.
Para o executivo, é a consistência da política macroeconômica que permite que
as empresas do país acumulem bons resultados. Godoy
diz que a confiança na economia alavancou os negócios de previdência privada
da empresa que comanda.
Em junho, a Brasilprev alcançou a marca de R$ 18 bilhões de ativos sob sua gestão. No primeiro semestre, a
arrecadação da empresa
cresceu 31% ante 2007.
CONFIANÇA
A 7ª edição da pesquisa
Marcas de Confiança, da revista "Seleções do Readers
Digest" e do Ibope, apontou
a Nestlé como a marca de
maior confiança do brasileiro, com citação de 18% dos
entrevistados. A pesquisa é
feita com quase 2 milhões de
leitores da revista. O segundo lugar ficou com a Petrobras, com 12% dos votos. Na
categoria executivo, o vencedor foi Pedro Passos, da
Natura, com 73% dos votos.
TROFÉU
O estudo da "Seleções" e
do Ibope também apurou a
confiança dos brasileiros em
45 categorias de produtos,
além de profissões e instituições. Todos os vencedores
serão conhecidos na festa de
entrega dos troféus, no dia 2
de setembro, em São Paulo.
NO CAMPO
A GCT Bio (de biotecnologia) anuncia unidade de semi-escalonamento de enzimas para processos tecnológicos do agronegócio. A iniciativa foi revelada em encontro organizado pelo Ministério do Desenvolvimento e pela ABDI, em SP. O
projeto, de R$ 20 milhões, é
financiado pela empresa e
pela Finep (Financiadora de
Estudos e Projetos).
AMBIENTE
MG TERCEIRIZA TÉCNICOS PARA AGILIZAR LICENÇA
O governo de Minas Gerais publicou edital de credenciamento de interessados em prestar serviços para
o Sisema (Sistema Estadual
de Meio Ambiente). O objetivo é terceirizar a análise de
pedidos de concessões ambientais. Segundo Luiz Guilherme Brandão, superintendente de planejamento e
modernização da Secretaria
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, só
no Instituto Mineiro de Gestão das Águas há cerca de
3.000 processos de outorga
para uso de recursos hídricos na fila. "A meta é acabar
com a demanda parada."
ANÁLISE
RÚSSIA ATRAI OFERTA EM VAREJO E INFRA-ESTRUTURA
Para as empresas ocidentais, a campanha de investimentos do governo e das
empresas russas representa
oportunidade única para entrar nesse mercado atraente,
diz análise da Roland Berger
Strategy Consultants. Roland Berger, fundador da
companhia, afirma que os
setores de infra-estrutura,
varejo e turismo são os mais
atraentes. Segundo a consultoria, estão planejados investimentos de US$ 96 bilhões
para os próximos três anos.
O PIB da Rússia cresceu a
uma média anual de 6,6%
nos últimos sete anos. Em
relação ao varejo, em cinco
anos, o crescimento anual
foi de 23,1% -a consultoria
prevê que o número diminua
para 11,7% até 2010.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI e DENYSE GODOY
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