|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FolhaInvest
Aplicação com juros fica mais atrativa
Destaques no ano, investimentos como o CDB e a renda fixa vão ganhar fôlego com elevação mais intensa da taxa Selic
Bolsa atravessa período
com perdas e incertezas;
analista defende que baixa
do mercado fez com que
boas ações ficassem baratas
DA REPORTAGEM LOCAL
A intensificação no processo
de aumento da taxa básica da
economia vai elevar ainda mais
a atratividade de aplicações financeiras que acompanham a
oscilação dos juros. Fundos DI
e de renda fixa, CDBs e títulos
públicos, que já têm se destacado no ano, podem se tornar ainda mais rentáveis.
Na outra ponta, o mercado
acionário atravessa um momento bastante turbulento,
com perdas substanciais nas últimas semanas. Os analistas
não podem afirmar com precisão se a Bovespa ainda vai cair
muito. Mas, de qualquer forma,
há quem defenda que as quedas
recentes têm aberto boas oportunidades para comprar ações,
que ficaram baratas.
No acumulado deste ano, as
aplicações de renda de fixa já
são destaque de rentabilidade,
com ganhos médios acumulados acima dos 6%. Já a Bovespa
sofre com desvalorização superior a 10%.
"Para quem tem dinheiro novo para aplicar, em meio a essa
volatilidade que está na Bolsa,
creio que a tendência é acabar
por preferir a renda fixa. Investir em juros é muito mais confortável neste momento, pois
as taxas, que já estão altas, vão
subir ainda mais", afirma Carlos Cintra, gerente de renda fixa do Banco Prosper.
A taxa Selic, referência para
os juros praticados no mercado, foi elevada de 12,25% para
13% ao ano na semana passada.
O mercado prevê que a Selic
possa alcançar 15% até o fim do
ano. Nesse cenário, os juros pagos por CDBs e fundos de renda
fixa e DI tendem a crescer.
Cintra destaca que pode ser
interessante para o investidor
pensar em CDBs e títulos públicos, que podem ser comprados via Tesouro Direto.
"Há opções interessantes em
CDBs e títulos do Tesouro que
têm custos menos pesados que
os fundos, que cobram taxas de
administração", diz Cintra.
Os fundos de varejo, destinados a um público mais amplo e
com menos recursos para aplicar, costumam cobrar taxas de
administração mais elevadas,
que podem rondar os 3% ou 4%
ao ano. Para uma aplicação que
renda em torno de 14%, essa taxa pode ter um impacto relevante na rentabilidade final.
Como as taxas de administração são livres é sempre importante o investidor prestar
atenção nelas. Em uma mesma
instituição é possível encontrar
taxas distintas em fundos similares. Assim, pesquisar e comparar é fundamental.
Além disso, as rentabilidades
pagas por cada fundo variam,
dependendo das características
dos títulos que o gestor adquire
para formar a carteira -como
as diferenças de prazos, se são
públicos ou privados etc.
Oportunidades
Para Marco Franklin, sócio-diretor da Paraty Investimentos, a queda da Bolsa nas últimas semanas abriu oportunidades de boas compras.
Desde o seu pico de 73.516
pontos registrado em 20 de
maio, o índice Ibovespa, que
reúne as 66 ações brasileiras de
maior liquidez, acumula desvalorização de 22,2%.
"Houve uma liquidação de
ativos. Assim, pode ser um bom
momento para pensar em comprar ações. Algumas empresas
estão com papéis bem baratos,
como a própria Petrobras e a
Vale", avalia Franklin. "Um investidor que quer participar da
Bolsa pode ter uma boa oportunidade agora."
As duas ações mais populares
da Bolsa, as de Petrobras e Vale,
estão com perdas muito fortes
em 2008. A ação PNA da Vale
amarga baixa de 26,13% no ano;
e a PN da Petrobras tem queda
de 21,45%.
Como o mercado ainda está
muito instável, é sempre bom
que o investidor que comprar
ações ou aplicar em um fundo
de ações pense no longo prazo.
A pessoa que não está acostumada com o sobe-e-desce do
mercado acionário pode se assustar ainda mais com o atual
momento, em que pregões de
perdas têm se sucedido.
O que analistas afirmam é
que as companhias brasileiras
de capital aberto, de um modo
geral, atravessam um período
de bons resultados, marcado
por lucros crescentes. É a crise
internacional que tem punido a
Bolsa de Valores.
Parte relevante da queda sofrida pelas ações nas últimas
semanas se explica pela saída
recorde de capital externo da
Bovespa, processo iniciado em
junho e que tem se estendido
neste mês. Com os prejuízos
amargados lá fora, investidores
estrangeiros têm optado por
embolsar ganhos acumulados
com ações brasileiras. Como
muita gente tem vendido os papéis das companhias locais, os
preços das ações caem, sem que
isso signifique que as empresas
estejam com resultados ruins.
(FABRICIO VIEIRA)
Texto Anterior: Lançamento de ações em Bolsa recua com incertezas do mercado Próximo Texto: Ata do Copom é aguardada com interesse pelo mercado Índice
|