|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ata do Copom é aguardada
com interesse
pelo mercado
Dados dos EUA de emprego
e de PIB estão na agenda
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o Copom (Comitê de
Política Monetária) surpreender o mercado financeiro e elevar a taxa básica Selic de
12,25% para 13% anuais, é grande a expectativa de analistas e
investidores em torno da ata
que explicará as razões para o
aumento dos juros.
Na quinta-feira, o Banco
Central apresentará a ata de
sua última reunião. O documento trará detalhes sobre os
motivos que fizeram os dirigentes do Copom elevarem a
taxa básica em 0,75 ponto e não
em 0,50 ponto percentual, como esperava a maioria do mercado financeiro.
Hoje a pesquisa semanal Focus do Banco Central, realizada
com cem instituições financeiras, deve trazer os ajustes feitos
após a decisão do Copom. Uma
semana atrás a expectativa era
que a taxa Selic estivesse em
14,25% no final deste ano. Essa
projeção deve ter subido, sendo
que há analistas que já falam
em Selic a 15% anuais em dezembro.
A quarta-feira será um dia
também relevante para o mercado, pois vai ser divulgado o
resultado do IGP-M de julho. A
expectativa é que a taxa de inflação ainda fique elevada, em
torno de 1,83%, mas abaixo do
registrado no mês anterior,
quando ficou em 1,98%.
"O Copom elevou a taxa básica em 0,75 ponto após as duas
decisões anteriores de alta de
0,5 ponto. Essa decisão veio em
linha com o que esperávamos,
mas surpreendeu a maioria dos
analistas. Detalhes sobre as razões que motivaram os oito integrantes do Comitê a acelerar
o passo do aperto monetário só
serão conhecidos na próxima
quinta, data em que será divulgada a ata da reunião", avalia a
equipe do Departamento de
Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.
"Acreditamos que a deterioração das expectativas tenha
exercido papel relevante na decisão tomada."
A ameaça inflacionária pesou
na decisão do Banco Central
em reforçar o ajuste monetário.
Com os riscos de a inflação
romper o teto da meta oficial, o
BC optou por elevar a Selic de
forma mais expressiva.
Para a Bolsa de Valores de
São Paulo, a intensificação do
processo de alta dos juros é
uma má notícia, neste período
de forte instabilidade no mercado acionário. Na semana passada, a Bovespa voltou ao patamar dos 57 mil pontos, o que representa seu mais baixo nível
desde janeiro.
Nos períodos de juros em alta, os investidores ficam tentados em sair do mercado acionário e migrar para aplicações que
pagam juros, como CDBs e fundos de renda fixa e DI.
"A semana será balanceada
entre eventos no Brasil e no exterior", afirma Marco Sara-
valle, analista da corretora
Coinvalores.
Nos Estados Unidos, a quinta
e a sexta serão dias de agenda
mais intensa. Na quinta, será
divulgada a prévia do PIB norte-americano do segundo trimestre, além dos dados mais
recentes sobre os pedidos de
seguro-desemprego.
E na sexta-feira, os americanos irão conhecer os dados do
mercado de trabalho em julho.
Para a taxa de desemprego, é
esperado aumento de 5,5% para 5,6%. Dados sobre gastos
com construção e vendas de
veículos nos Estados Unidos
também vão ser apresentados
nesse dia.
"Na quarta, teremos também
nos EUA a divulgação dos estoques de petróleo. Na sexta, é dia
do índice ISM, que deverá mostrar o sentimento dos gerentes
de compra de diversas indústrias norte-americanas, e também do "payroll", o relatório de
emprego norte-americano, que
deverá apresentar certa piora
em relação à divulgação anterior", diz Saravalle.
Texto Anterior: FolhaInvest Aplicação com juros fica mais atrativa Próximo Texto: Dicas FolhaInvest Com Bolsa em turbulência, a sugestão é manter as ações Índice
|