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análise
Queda pode dificultar a posição do BC
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em vez de alívio geral
com a deflação no IGP-M,
os diretores do Banco
Central têm agora uma
preocupação a mais: como
convencer o presidente
Lula, seus colegas de governo e a sociedade que essa situação ainda não afasta de vez os riscos para a
estabilidade de preços em
2009 que sustentaram a
alta recente dos juros?
Mesmo que a queda nos
preços dos alimentos se
mantenha ou até se acentue, em linha com a trajetória das commodities, para o BC, segundo a Folha
apurou, ainda há uma
pressão muito forte em
outros setores que ameaçam a meta do IPCA, o índice de preços ao consumidor que serve de referência para o BC.
Atualmente, as expectativas de mercado para
2009 são de IPCA de 5%,
acima do centro da meta,
de 4,5%. Há mais de um
mês, essa previsão segue
inalterada, enquanto a para 2008 caiu.
As incertezas são várias.
O IGP-M acumulado em
12 meses é usado para reajustar itens importantes
no orçamento doméstico
como aluguéis, tarifas públicas, planos de saúde. Isso faz com que ele leve para frente parte desse passado de inflação elevada.
No ano, o índice alcança
8,35% de alta e, em 12 meses, 13,63%.
Além disso, as altas no
atacado ainda estão sendo
repassadas para o varejo,
já que as elevações não são
automáticas ao longo da
cadeia produtiva. O IPC,
que responde por 30% do
IGP-M, seguiu em elevação, assim como o INCC
(Índice Nacional da Construção Civil, 10% do IGP-M). E o ciclo de alta de
preços ao consumidor pode se sustentar na demanda forte e na recomposição da renda, seja por reajustes salariais reais ou
novas vagas.
Por isso, a avaliação do
BC, é que somente um
freio no crescimento irá
ajustar esse descompasso
entre oferta e demanda e
garantir uma estabilidade
de preços em 2009 e 2010.
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