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Setor automotivo anuncia investimentos de US$ 23 bi
Mantega diz que não fará cobrança de IOF sobre leasing
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, reuniu-se ontem com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para
apresentar o plano de investimentos de US$ 23 bilhões das
montadoras e empresas de autopeças até 2011. Os recursos
serão empregados para aumento de capacidade, pesquisa e desenvolvimento.
Antes da reunião com Lula, a
Anfavea esteve com o ministro
Guido Mantega (Fazenda), que
garantiu aos presidentes das
montadoras que não haverá cobrança de IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) nas
operações de leasing para compra de carros. Mantega afirmou
ainda que o governo não está
incentivando o aumento de
ICMS pelos Estados.
"O ministro me garantiu que
não tem absolutamente nada
previsto em relação a aumento
ou modificação de alíquota de
tributos para financiamento, já
que se ventilou há algum tempo
alguma modificação com relação ao IOF para leasing", afirmou Schneider.
De acordo com ele, o ministro da Fazenda também disse
que o governo entende que este
não é um bom momento para
elevar impostos "no geral", pois
"jogaria contra" a decisão do investimento.
Crescimento menor
O presidente da Anfavea disse que há, no momento, queda
do crescimento das vendas,
mas que o setor considera os
números uma "acomodação"
do mercado interno.
Schneider afirmou que esta
redução não coloca as montadoras em alerta. "Há uma redução dos níveis de crescimento
nesse último mês, e a tendência
é cair nos próximos meses, mas
é uma queda ainda de crescimento, representando acomodação normal do mercado",
afirmou.
Na comparação de junho para julho, houve crescimento de
33%, segundo dados da Anfavea. Schneider estimou que de
julho para agosto, o crescimento não deverá superar 11%.
"Crescer menos não significa
parar de crescer, mas crescer
em outro ritmo. Isso já era esperado e é uma acomodação do
mercado, que se encaminha para crescimento mais cadenciado, mais normal", comentou.
De acordo com ele, vários fatores podem estar contribuindo para essa redução. "Pode ter
um impacto por conta do aumento dos juros, pode ser que a
demanda reprimida tenha sido
atendida em parte", citou.
Schneider disse acreditar
que a previsão para o setor até o
fim ano é de crescimento, mas
menor em comparação ao ano
passado.
A Anfavea apresentou a Lula
um balanço como forma de
mostrar que não tem responsabilidade por pressão inflacionária do setor. Participaram da
reunião 19 das 27 empresas associadas à entidade.
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