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OUTRO LADO
Simpi alega que entidades estão "dentro da lei"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Simpi, Joseph
Couri, diz que as comissões de
conciliação prévia criadas pela
entidade em parceria com os sindicatos de trabalhadores são feitas
"absolutamente dentro da lei".
Segundo ele, o núcleo de conciliação formado entre o Simpi e o
Sindicato dos Condutores em
Transportes Rodoviários de Cargas Próprias de São Paulo, sob investigação dos ministérios públicos Federal e do Trabalho, não
funciona mais com o know-how
da entidade que preside.
O contrato foi rompido por decisão do Simpi, diz, ao constatar
que os procedimentos estabelecidos não foram cumpridos pelo
sindicato dos trabalhadores.
Esse núcleo, segundo a investigação dos ministérios, fez de forma irregular a rescisão de contrato de um grupo de trabalhadores
demitidos pelos hotéis Maksoud
Plaza e Eldorado. "Fomos consultados para saber se poderíamos
fazer [a conciliação], porque era
um número grande [de demitidos], entre 400 e 500 funcionários,
mas não aceitamos", diz Couri.
Segundo o presidente do Simpi,
um manual com procedimentos
por escrito foi enviado para cerca
de 70 núcleos para proibir a conciliação que não envolva pequenas e microempresas industriais.
"Se tiver algo errado, que provem.
Caso contrário, que lavem a boca
para falar do Simpi. Estou cansado de ter de provar que não sou
bandido, que não roubei e que
não vou roubar. Quem não tiver
provas do que está falando vai ser
processado criminalmente", diz.
Na versão do tesoureiro do sindicato dos motoristas de cargas
próprias, Heleno Fernandes de
Lima, e do presidente, Almir Macedo Pereira, o advogado do Simpi Manoel Rodrigues determinou
que as conciliações dos hoteleiros
fossem feitas na comissão, caso os
demitidos estivessem acompanhados por um advogado.
A força-tarefa apontou que o
advogado dos trabalhadores [Gilberto Arruda Mendes] era sempre o mesmo. Ao ser questionado
em depoimento sobre as rescisões
feitas no sindicato de cargas próprias, o advogado afirmou não saber que era proibido pagar a multa de 40% do FGTS diretamente
aos trabalhadores, em acordos
feitos no núcleo.
A Folha procurou o advogado
em seu escritório, mas ele está
afastado por motivo de doença.
O caso chegou ao Ministério
Público do Trabalho após o sindicato dos hoteleiros reclamar que
empregados de sua base estavam
fazendo conciliações no sindicato
de motoristas de cargas próprias.
Em entrevista à Folha no final
de agosto, Henri Maksoud, dono
do Maksoud Plaza, disse que todas as pessoas demitidas do hotel
receberam o que tinham direito.
Sobre as rescisões feitas no sindicato dos motoristas de cargas
próprias, Maksoud disse que "as
demissões foram quitadas. Só que
existem disputas. Um sindicato
queria fazer a conciliação, que
acabou sendo feita por outro. Isso
é disputa de cachorro grande".
Maurício de Campos Veiga, advogado do hotel Eldorado, também sob investigação, informa
que o hotel já se comprometeu a
só fazer acordos na CCP do sindicato dos hoteleiros. (CR e FF)
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