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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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Crise é contornada com a ajuda privada

FÁBIO GUIBU
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Os convênios firmados com organizações internacionais e entidades financeiras privadas têm minimizado os efeitos dos cortes orçamentários e garantido a continuidade de algumas unidades de pesquisas da Embrapa.
Localizada na porta de entrada da floresta amazônica, a unidade Embrapa Amazônia Oriental, com sede em Belém (PA), tem conseguido atrair convênios internacionais, o que garantiu em 2002 uma verba duas vezes maior do que o repasse federal. Neste ano, a proporção deve ser mantida.
Para o chefe-geral da unidade, Adilson Serrão, o "apelo amazônico" é uma das razões para o interesse internacional.
A Embrapa Amazônia Oriental é a maior unidade da empresa, com 520 funcionários, sendo 120 pesquisadores, e 69 projetos de pesquisa em andamento. Segundo o chefe-geral, metade dos projetos envolve agricultura familiar.
Para Serrão, a Embrapa está na fase final de um processo de adequação às novas diretrizes definidas pelo governo federal, que direciona o foco das atividades na agricultura familiar, no agronegócio e na ampliação do conhecimento científico. "Com a reorganização finalizada, esperamos agora que os recursos contingenciados por razões conjunturais comecem a fluir no segundo semestre", diz Serrão.
Na Embrapa Semi-Árido, em Petrolina (a 780 km de Recife), a verba proveniente dos convênios internacionais chega a ser três vezes maior do que os recursos federais. Para o chefe-adjunto administrativo da unidade, Luiz Maurício Salviano, a "captação de recursos indiretos" tem sido hoje o principal meio de financiamento de pesquisas. Segundo Salviano, muitas pesquisas são feitas em fazendas particulares para aproveitar a infra-estrutura local. Em troca, os fazendeiros têm acesso às novas tecnologias em estudo.
Mesmo com uma fonte paralela de recursos, a unidade da Embrapa Semi-Árido já foi ameaçada de ficar sem água e luz por falta de pagamento das contas.


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