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Aumenta concentração em aeroportos brasileiros
Participação dos aeroportos locais no mercado caiu de 1,6% para 1% entre 1998 e 2008
Concentração excessiva dos vôos é um dos fatores que levaram ao caos aéreo no país, de acordo com estudo do ITA do ano passado
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Nos últimos dez anos, 44 aeroportos brasileiros deixaram
de ser atendidos por vôos regulares. Em 1998, 199 aeroportos
eram cobertos por alguma
companhia aérea de maneira
constante. Neste ano, o número caiu para 155.
Desses 44 aeroportos, 32
(72%) são "locais" -movimentam menos de 0,05% do total
de passageiros do sistema aéreo. Em 1998, eram 137 aeroportos locais com linhas regulares. Hoje são 105. Os dados
são de um estudo da Abetar
(Associação Brasileira de Empresas de Transportes Aéreos
Regionais) em parceria com o
Ministério do Turismo.
A região Norte foi onde mais
aeroportos deixaram de ser
atendidos por vôos regulares:
13 entre 1998 e 2008. Na seqüência vem a região Sudeste,
com dez aeroportos, seguida
por Centro-Oeste (nove), Sul e
Nordeste (seis cada uma).
O estudo relata concentração
dos vôos nos aeroportos localizados em grandes centros urbanos, como São Paulo (Congonhas e Cumbica) e Brasília. Como são rotas em que são maiores a demanda por vôos e a rentabilidade, elas ganham a prioridade das companhias aéreas.
De acordo com o estudo, apenas 16 aeroportos brasileiros
concentram 84% do movimento de passageiros. A participação dos aeroportos locais no
mercado caiu de 1,6% para 1%
entre 1998 e 2008.
Essa tendência de redução da
cobertura aérea e alta concentração no setor já havia sido
mostrada por estudo do ITA
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em 2007. A concentração excessiva dos vôos foi indicada como um dos fatores
que levaram ao caos aéreo nos
principais aeroportos do país.
Entre as razões apontadas
pelo estudo para a redução da
cobertura aérea no Brasil, está
o preço do combustível. Houve
um aumento grande no valor
do querosene no período. Além
disso, as refinarias se concentram no Sudeste, encarecendo
os custos para as empresas que
operam em outras regiões.
Em entrevista na semana retrasada, o ministro Nelson Jobim (Defesa) anunciou que vai
se reunir com as grandes e pequenas empresas do setor para
discutir essas questões.
Para o o presidente da Abetar, Apostole Lazaro Chryssafidis, é o usuário quem perde
com a redução de aeroportos
com vôos regulares. "Como não
há opção, precisa, às vezes, deslocar-se por longas distâncias
até um aeroporto maior. Ou então desiste e viaja de carro."
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