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MP vai criar secretaria para manter Appy na Fazenda
Atual secretário de Política Econômica é remanescente da equipe de Palocci
Mudança no Ministério
da Fazenda abre espaço
para Nelson Barbosa assumir formulação da política econômica
JULIANA ROCHA
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da determinação de
reduzir o número de medidas
provisórias enviadas ao Congresso, o presidente Lula deve
editar MP até o fim desta semana para manter na Fazenda um
remanescente da equipe de Antonio Palocci. A mesma MP irá
transformar a Secretaria da
Pesca em ministério.
Para não demitir Bernard
Appy, autor da última proposta
de reforma tributária e ex-assessor do PT, o Ministério da
Fazenda propôs ao presidente
a criação da Secretaria Extraordinária de Reformas Institucionais, que vai abrigar mais
seis técnicos com salários entre
R$ 8.400 e R$ 2.518,42.
O texto ainda não saiu no
"Diário Oficial" da União porque o Planalto estuda a possibilidade jurídica de fazer as mudanças por projeto de lei, embora na Fazenda seja dada como certa a edição da MP. A Folha apurou que o clima no Congresso não é favorável para o
envio de um projeto de lei para
criar novos cargos. A Fazenda
também defende a edição de
MP para agilizar o processo e
acabar com o clima de insegurança entre as equipes que temem ficar desempregadas.
Oficialmente, a saída de Appy
da Secretaria de Política Econômica da Fazenda foi um pedido do próprio economista,
que gostaria de voltar a trabalhar em São Paulo. Mas, com a
criação da secretaria, instalada
fisicamente no prédio do ministério em Brasília, Appy vai
continuar na capital federal.
A saída de Appy abre espaço
para o atual secretário de
Acompanhamento Econômico,
Nelson Barbosa, assumir o posto que ele já exerce na prática.
Desde que chegou à Fazenda,
em 2006, Barbosa auxilia o ministro Guido Mantega na formulação de políticas macroeconômicas, além de fazer análises de conjuntura. Ele foi também um dos principais idealizadores do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Diferentemente de Appy,
Barbosa é um dos assessores
mais próximos de Mantega.
Professor licenciado da UFRJ
(Universidade Federal do Rio
de Janeiro), ele foi assessor da
presidência do BNDES e chefe-adjunto da assessoria econômica do Planejamento, ambos sob
a gestão de Mantega. Durante a
formulação do PAC, ele ganhou
o apoio também da ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff.
A criação de seis cargos na
nova secretaria extraordinária
do Ministério da Fazenda vai
acolher os assessores de Appy
que Barbosa não pretende
manter. Ele levará para a Secretaria de Política Econômica
parte da sua atual equipe.
Outros economistas da Secretaria de Acompanhamento
Econômico serão mantidos nos
atuais cargos para dar suporte
ao secretário interino, Antônio
Henrique da Silveira. Mantega
ainda não decidiu se vai efetivá-lo no posto, o que é o desejo de
Barbosa.
Procurado pela Folha, Appy
não foi encontrado. Segundo a
assessoria da Fazenda, ele está
de férias até amanhã.
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