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Skaf quer na
diretoria Delfim
e ex-embaixador
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), Paulo Skaf, pretende escalar um time de pesos-pesados na entidade para discutir com
o governo uma nova agenda para
o crescimento da economia.
Segundo a Folha apurou, Skaf já
convidou o deputado Delfim Netto (PP-SP) e o ex-embaixador Rubens Barbosa para a equipe. Os
dois concordaram em fazer parte
do time da nova Fiesp, mas ficaram de definir os detalhes durante
esta semana.
Skaf quer que Delfim seja responsável pelo departamento de
economia da Fiesp, e Rubens Barbosa, pela área de comércio exterior. O objetivo de Skaf é formar
uma espécie de equipe de ministeriáveis na Fiesp para fazer com
que a entidade se torne uma entidade com mais força e representatividade.
Ao ter Delfim e principalmente
Rubens Barbosa na equipe, Skaf
também pretende mostrar que ele
não quer tornar a Fiesp uma entidade "chapa-branca", de amplo
apoio ao governo. Delfim, apesar
de ter apoiado o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva na campanha,
está muito longe de ser chamado
de petista. Já Rubens Barbosa chefiou a Embaixada do Brasil nos
Estados Unidos no governo Fernando Henrique Cardoso.
Durante esta semana, além dos
primeiros convites à equipe de
"ministeriáveis", Skaf já irá também dar partida ao processo de
transição com a atual gestão. Na
terça-feira, ele irá se reunir com
Horacio Lafer Piva, atual presidente da Fiesp, para começar a
acertar os detalhes do "governo
de transição".
Saindo da toca
O senador Aloizio Mercadante
(PT-SP) diz que uma das características de Skaf à frente da Fiesp
será buscar sempre negociações e
propostas para a solução de problemas. Ele não compartilha da
tese de que Skaf irá transformar a
Fiesp numa entidade de adesão ao
governo. "A Fiesp vai representar
os industriais de São Paulo", diz
Mercadante.
Para o líder do governo no Senado, a crise dos últimos anos
obrigou os empresários a ficar entocados nas suas próprias empresas para salvar seus negócios.
Com a recuperação econômica, as
empresas voltaram a se tornar
rentáveis e, com isso, os empresários vão querer participar mais
ativamente das discussões para
uma nova agenda com propostas
para a economia.
Segundo Mercadante, essa nova
disposição dos empresários de
participar mais com propostas
-por exemplo, para uma nova
política industrial- irá mudar a
natureza das entidades sindicais.
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