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União Européia deve adiar meta de déficit zero, com apoio de FMI e EUA
DA REDAÇÃO
O Grupo dos Sete (G-7) e o Fundo Monetário Internacional deram ontem apoio a uma proposta
da Comissão Européia de postergar até 2006 o cumprimento da
exigência de equilíbrio fiscal na
União Européia (UE). A princípio, o calendário previa a zeragem
dos déficits públicos de cada país
da UE até o final de 2003.
A proposta é defendida em especial por Alemanha, França (as
duas maiores economias da UE e
os líderes políticos do bloco) e Itália, que têm encontrado dificuldades de equilibrar receitas e despesas públicas -ou têm preferido
não cortar gastos do governo a
fim de não tornar ainda mais lento o ritmo de suas economias. O
apoio do G-7 significa na prática o
interesse dos Estados Unidos no
plano (o G-7 é composto de EUA,
Japão, Alemanha, França, Reino
Unido, Itália e Canadá). Segundo
críticos, o adiamento das metas
pode comprometer a credibilidade do euro.
Apesar do novo calendário proposto, é possível que os déficits
continuem. Previsão do FMI divulgada nesta semana indica que
a Itália pode não alcançar o equilíbrio fiscal mesmo em 2007.
A França, por sua vez, tem sofrido pesadas críticas da Comissão
Européia (o Executivo europeu)
devido ao descumprimento de
metas fiscais, críticas que se tornaram ainda mais fortes depois
que o governo conservador francês anunciou que não haverá melhorias em suas contas públicas
em 2003 e que prevê um déficit
público entre 0,5% a 1% do PIB
em 2006.
O comissário europeu para Assuntos Monetários, Pedro Solbes,
disse que o governo francês se
permitiu um déficit "perigosamente" próximo de 3% do PIB.
Esse foi o nível limite de déficit
imposto aos países europeus que
desejaram fazer parte da união
monetária do bloco, acordado no
Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE.
Na Alemanha, o debate sobre o
equilíbrio fiscal pode detonar
uma crise no governo do recém-reeleito premiê Gerhard Schröder. O ministro das Finanças da
Alemanha, Hans Eichel, pode deixar cargo caso o novo governo da
coalizão social-democrata/verdes
não adotar medidas duras para
controlar os gastos públicos.
Segundo a revista alemã "Der
Spiegel", a queda na arrecadação
de impostos e o aumento de gastos com seguro-desemprego e outros benefícios sociais, ambos devidos a um crescimento econômico menor que o esperado, devem
fazer com que o déficit fiscal alemão esteja por ora em 3,4% do
PIB este ano. A déficit projetado,
divulgado na semana passada, era
de 2,9% do PIB.
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