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Oi vai desembolsar até R$ 15 bi na compra da Brasil Telecom
DA SUCURSAL DO RIO
Os executivos da Oi iniciaram maratona de reuniões com
investidores para explicar a
operação financeira que vai
possibilitar a compra da BrT
(Brasil Telecom). Ontem, o diretor financeiro, José Luiz Salazar, teve encontro com analistas de telecomunicações em
hotel da zona sul do Rio. Hoje, a
reunião será em São Paulo.
Segundo Salazar, a operação
pode chegar a R$ 15 bilhões
-incluindo dividendos a pagar
aos acionistas e excluindo os
recursos do BNDES para a
reestruturação societária da Oi.
Haverá três etapas: na primeira, serão captados cerca de
R$ 7 bilhões para pagamento
de dividendos e para a oferta
pública voluntária para os minoritários da BrT com ações
preferenciais (sem direito a voto). Isso acontecerá num prazo
de até dois meses.
Depois de a operação ter sido
aprovada pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações), a Oi irá ao mercado doméstico captar cerca de R$ 3 bilhões para efetivar a compra da
BrT, por R$ 5,8 bilhões.
Em seguida, serão captados
outros R$ 3 bilhões no mercado
internacional para a oferta pública obrigatória aos minoritários com ações ordinárias (com
direito a voto) da BrT. Caso as
captações tenham êxito, a Oi
vai desembolsar do caixa cerca
de R$ 2 bilhões.
Encontros com investidores
e analistas são corriqueiros em
operações de fusões e aquisições. Analistas afirmam que esse esforço é fundamental no caso da compra da BrT -pelo
grau de complexidade da operação financeira e da reestruturação societária da Oi.
Ainda ontem, quatro dias
após o anúncio, muitos analistas que atuam no mercado financeiro ainda se perguntavam
se haverá prejuízo para acionistas minoritários, qual será o novo preço "justo" das ações e
qual a estratégia a ser perseguida pela nova operadora.
No encontro de ontem, Salazar afirmou que não haverá
concentração de mercado com
o negócio e que a Oi vai investir
na rentabilidade oferecida pelos clientes de pré-pago. Segundo ele, o mercado de consumidores de telefonia celular pós-paga (de valor mais alto) é "relativamente estável", enquanto
o consumo das classes de menor poder aquisitivo apresenta
forte crescimento.
Após o tombo de segunda-feira, as ações da BrT conseguiram passar incólumes pelo nervosismo na Bovespa ontem. Os
papéis preferenciais subiram
0,1%. As ações da Oi foram castigadas de novo: as preferenciais recuaram 0,92%, e as ordinárias tiveram queda de 6,25%.
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