São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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AGRONEGÓCIO

Argentina reduz restrições à venda de carne ao exterior

DE BUENOS AIRES

Mais de dois meses depois de proibir a exportação de carne para tentar baixar o preço do produto no mercado interno, o governo argentino resolveu flexibilizar a medida e estabelecer cotas para a venda externa.
A decisão foi publicada ontem no "Diário Oficial". A partir de 1º de junho, estão liberadas a exportação de miudezas e carnes processadas. Para a carne em geral, foi autorizada a venda ao exterior de até 40% do volume exportado entre junho e novembro do ano passado.
Desde março, a exportação estava proibida -exceto os cortes de alta qualidade, destinados à Europa. Antes das restrições, a Argentina era o terceiro maior exportador de carne do mundo.
A demanda externa do produto, na avaliação do governo, fez o preço no mercado argentino subir, daí as restrições à exportação para forçar aumento da oferta.
No ano passado, a inflação chegou a 12,3% na Argentina, mas a carne subiu o dobro. Nos dois meses em que vigorou a proibição, o preço do novilho vivo recuou 19% no mercado de abates de Buenos Aires, mas analistas questionam a eficácia da medida.
A flexibilização da proibição acontece quando crescia a pressão dos produtores e exportadores contra a medida. Os descontentes ameaçavam fazer uma greve nos próximos dias contra o governo e bloquearam estradas no interior do país.
Além de propaganda do governo na TV pedindo boicote à carne cara, o assunto mereceu atenção do próprio presidente Néstor Kirchner, que em discursos chamava a população a deixar de consumir o produto.


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