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AGRONEGÓCIO
Argentina reduz restrições à venda de carne ao exterior
DE BUENOS AIRES
Mais de dois meses depois
de proibir a exportação de
carne para tentar baixar o
preço do produto no mercado interno, o governo argentino resolveu flexibilizar a
medida e estabelecer cotas
para a venda externa.
A decisão foi publicada ontem no "Diário Oficial". A
partir de 1º de junho, estão liberadas a exportação de
miudezas e carnes processadas. Para a carne em geral, foi
autorizada a venda ao exterior de até 40% do volume
exportado entre junho e novembro do ano passado.
Desde março, a exportação
estava proibida -exceto os
cortes de alta qualidade, destinados à Europa. Antes das
restrições, a Argentina era o
terceiro maior exportador de
carne do mundo.
A demanda externa do
produto, na avaliação do governo, fez o preço no mercado argentino subir, daí as
restrições à exportação para
forçar aumento da oferta.
No ano passado, a inflação
chegou a 12,3% na Argentina,
mas a carne subiu o dobro.
Nos dois meses em que vigorou a proibição, o preço do
novilho vivo recuou 19% no
mercado de abates de Buenos Aires, mas analistas
questionam a eficácia da medida.
A flexibilização da proibição acontece quando crescia
a pressão dos produtores e
exportadores contra a medida. Os descontentes ameaçavam fazer uma greve nos
próximos dias contra o governo e bloquearam estradas
no interior do país.
Além de propaganda do
governo na TV pedindo boicote à carne cara, o assunto
mereceu atenção do próprio
presidente Néstor Kirchner,
que em discursos chamava a
população a deixar de consumir o produto.
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