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CRISE
Dívida é de US$ 980 milhões
Argentina espera que o FMI adie pagamento
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino garante
que o FMI (Fundo Monetário Internacional) vai adiar por um ano
o pagamento de uma dívida de
US$ 980 milhões que vence em 17
de julho. O ministro Roberto Lavagna (Economia) disse que a gerência do FMI concordou com o
pedido argentino que, no entanto,
ainda deveria ser aprovado pelos
diretores do organismo.
Lavagna, que está nos Estados
Unidos desde quarta-feira, se reuniu ontem com o presidente do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), Enrique Iglesias, para pedir também o adiamento de um pagamento de US$
750 milhões que vence no próximo dia 15.
Mesmo sem garantias oficiais, o
porta-voz da Presidência, Eduardo Amadeo, já comemorou a decisão dos técnicos do FMI como
uma vitória. Segundo ele, o Banco
Central não vai precisar usar as
reservas internacionais para os
pagamentos e, com esse apoio, a
"Argentina entrou na reta final
das negociações".
Por sua vez, Lavagna disse que o
provável acordo vai deverá baixar
a cotação do dólar, que fechou essa semana a 3,91 pesos.
O ministro garantiu que a Argentina vai manter a política monetária e cambial que tem utilizado nos últimos meses, que inclui,
entre outras, coisas, a utilização
das reservas internacionais para
segurar a alta do dólar.
No entanto, essas políticas, que
não contam com total apoio do
FMI, passarão a ser avaliadas
mais de perto por um grupo de
especialistas estrangeiros.
Devem fazer parte desse grupo
o ex-presidente do Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) Paul
Volcker e o ex-diretor-gerente do
FMI Michel Camdessus. Além
disso, uma missão técnica do
Fundo chega ao país nesta semana para dar continuidade às negociações.
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