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Aplicações
Momento exige muita atenção de investidores
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
O investidor no mercado
acionário brasileiro chega ao
final do primeiro semestre
do ano com a sensação de ter
embarcado em uma montanha-russa: a Bolsa de Valores
de São Paulo registrou vários
recordes seguidos nesse período, atingiu a pontuação
máxima de 73.516, em 20 de
maio, mas em junho, até o dia
27, já despencou 11,39%.
Para quem está assustado
e com vontade de descer do
vagão na primeira oportunidade, os especialistas recomendam muita cautela: este
não é o momento de se desfazer das suas posições, a não
ser que haja alguma necessidade imediata a ser resolvida
com o dinheiro aplicado.
"A aplicação em Bolsa tem
que ser feita sempre tendo
em vista o longo prazo, justamente para que seja possível
compensar os prejuízos trazidos por épocas de crise",
lembra Ricardo Fontes, consultor financeiro e professor
do Ibmec-SP. "Não dá para
dizer que os papéis não vão
cair mais a partir de agora.
Porém, as perspectivas para
a economia brasileira e para
as empresas do país continuam boas, então as perdas
podem ser recuperadas."
Em 2008, ainda há uma alta acumulada de 0,7%, e os
especialistas apontam que as
recentes quedas abrem oportunidade para comprar papéis que ficaram baratos.
Antes de decidir entrar na
Bovespa, entretanto, o interessado precisa fazer uma
avaliação cuidadosa da sua
situação financeira. Se concluir que tem condições de
assumir riscos -ou seja, tem
uma poupança separada para emergências e não vai precisar dos recursos logo-, deve começar a pesquisar o
funcionamento do mercado.
"Existem diversas entidades que promovem cursos
para iniciantes", diz Nicolas
Barbarisi, diretor de operações da Hera Investiment. "A
orientação dos analistas da
corretora da sua preferência
também são imprescindíveis." O principal conselho é
acostumar-se com a idéia de
que a volatilidade faz parte
do jogo e ficam com mais
chances de lucrar os que
mantêm o sangue-frio para
atravessar as turbulências e
aproveitar, depois, as épocas
de bonança.
As chamadas "blue chips"
-ações consideradas de
"primeira linha" como as da
Petrobras e as da Vale- estão entre as sugestões dos
analistas. "Por terem liquidez elevada, é fácil se desfazer delas se for o caso", comenta Barbarisi.
Os economistas esperam
que os preços internacionais
das commodities metálicas e
do petróleo, os quais subiram muito nos últimos meses, recuem um pouco, mas
sem voltar aos patamares antigos, garantindo o lucro dessas empresas.
Além das ações dos setores
de petróleo, mineração e siderurgia, outro segmento
promissor é o de bancos, devido à expansão do crédito.
Já as empresas de consumo
podem sofrer com a desaceleração da economia causada
pelo aperto monetário.
"De qualquer maneira, é
essencial ter calma, estabelecer uma estratégia e colocá-la em prática aos poucos",
afirma Fontes.
Renda fixa
Como o Banco Central deve continuar elevando a sua
taxa básica de juros para conter a inflação, o investimento
em renda fixa está sendo
mais procurado e oferece um
pouco de segurança para os
que não querem correr os
riscos do mercado de ações.
"Recomendo também a
compra de títulos do Tesouro indexados à taxa de juros,
à inflação ou DI [depósito interbancário]", diz Fontes.
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