São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aplicações

Momento exige muita atenção de investidores

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O investidor no mercado acionário brasileiro chega ao final do primeiro semestre do ano com a sensação de ter embarcado em uma montanha-russa: a Bolsa de Valores de São Paulo registrou vários recordes seguidos nesse período, atingiu a pontuação máxima de 73.516, em 20 de maio, mas em junho, até o dia 27, já despencou 11,39%.
Para quem está assustado e com vontade de descer do vagão na primeira oportunidade, os especialistas recomendam muita cautela: este não é o momento de se desfazer das suas posições, a não ser que haja alguma necessidade imediata a ser resolvida com o dinheiro aplicado.
"A aplicação em Bolsa tem que ser feita sempre tendo em vista o longo prazo, justamente para que seja possível compensar os prejuízos trazidos por épocas de crise", lembra Ricardo Fontes, consultor financeiro e professor do Ibmec-SP. "Não dá para dizer que os papéis não vão cair mais a partir de agora. Porém, as perspectivas para a economia brasileira e para as empresas do país continuam boas, então as perdas podem ser recuperadas."
Em 2008, ainda há uma alta acumulada de 0,7%, e os especialistas apontam que as recentes quedas abrem oportunidade para comprar papéis que ficaram baratos.
Antes de decidir entrar na Bovespa, entretanto, o interessado precisa fazer uma avaliação cuidadosa da sua situação financeira. Se concluir que tem condições de assumir riscos -ou seja, tem uma poupança separada para emergências e não vai precisar dos recursos logo-, deve começar a pesquisar o funcionamento do mercado.
"Existem diversas entidades que promovem cursos para iniciantes", diz Nicolas Barbarisi, diretor de operações da Hera Investiment. "A orientação dos analistas da corretora da sua preferência também são imprescindíveis." O principal conselho é acostumar-se com a idéia de que a volatilidade faz parte do jogo e ficam com mais chances de lucrar os que mantêm o sangue-frio para atravessar as turbulências e aproveitar, depois, as épocas de bonança.
As chamadas "blue chips" -ações consideradas de "primeira linha" como as da Petrobras e as da Vale- estão entre as sugestões dos analistas. "Por terem liquidez elevada, é fácil se desfazer delas se for o caso", comenta Barbarisi.
Os economistas esperam que os preços internacionais das commodities metálicas e do petróleo, os quais subiram muito nos últimos meses, recuem um pouco, mas sem voltar aos patamares antigos, garantindo o lucro dessas empresas.
Além das ações dos setores de petróleo, mineração e siderurgia, outro segmento promissor é o de bancos, devido à expansão do crédito. Já as empresas de consumo podem sofrer com a desaceleração da economia causada pelo aperto monetário.
"De qualquer maneira, é essencial ter calma, estabelecer uma estratégia e colocá-la em prática aos poucos", afirma Fontes.

Renda fixa
Como o Banco Central deve continuar elevando a sua taxa básica de juros para conter a inflação, o investimento em renda fixa está sendo mais procurado e oferece um pouco de segurança para os que não querem correr os riscos do mercado de ações. "Recomendo também a compra de títulos do Tesouro indexados à taxa de juros, à inflação ou DI [depósito interbancário]", diz Fontes.



Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Mercado foca petróleo e emprego nos EUA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.