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Mercado foca petróleo e emprego nos EUA
CMN deve manter meta de 4,5% para inflação em 2010
DA REPORTAGEM LOCAL
Após uma semana agitada, o
mercado financeiro terá uma
agenda menos carregada de
eventos nos próximos dias. Um
dos pontos fora da pauta que
podem mexer com os mercados
internacionais é o preço do barril de petróleo, que tem batido
recordes e preocupado os analistas e os investidores.
Na semana passada, os dirigentes do Fed (o banco central
dos EUA) se reuniram e anunciaram a manutenção da taxa
básica do país em 2% ao ano. A
decisão não chegou a incomodar o mercado.
Um dia que tende a ser muito
intenso no mercado é a quinta-feira, quando haverá a divulgação de importantes dados do
mercado de trabalho dos EUA.
"Nesse mesmo dia ainda será
divulgada a decisão de juros da
zona do euro, podendo trazer
novos prognósticos para a política monetária na região", avalia a equipe de analistas da
Coinvalores.
Com o atual cenário de pressão inflacionária assustando o
mundo, analistas contam com a
possibilidade de os bancos centrais começarem a subir suas
taxas em um futuro próximo. E
um cenário desses seria negativo especialmente para as Bolsas de Valores.
Os dados do mercado de trabalho americano são muito relevantes por serem um precioso sinalizador do ritmo em que
se encontra a maior economia
do mundo.
"O relatório de emprego deverá confirmar o quadro de fraqueza nas condições do mercado de trabalho nos EUA. Os
analistas de mercado prevêem
que a taxa de desemprego fique
em 5,4% em junho e que haja
nova retração nos postos de
trabalho, a sexta consecutiva",
diz Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
Na quarta-feira, vão ser divulgados nos EUA dois dados
também relevantes: encomendas da indústria e a posição dos
estoques de petróleo e derivados, como a gasolina.
O barril de petróleo, que superou a barreira recorde de
US$ 140 em Nova York na sexta-feira, tem sido uma preocupação crescente para as economias, especialmente a americana. O impacto da alta do preço
do petróleo na inflação preocupa o mercado.
Inflação
A inflação também tem se
tornado uma preocupação cada
vez mais forte no Brasil. Na sexta-feira, foi divulgado o IGP-M
(Índice Geral de Preços - Mercado), que bateu em 1,98% no
mês, sendo esta a mais elevada
taxa desde fevereiro de 2003.
Na quinta-feira, vai ser apresentado o IPC da Fipe. A expectativa é que o índice tenha ficado em 0,90% no mês.
Com a inflação em rota ascendente, os analistas não esperam que o Banco Central tome nenhuma nova medida para
tentar conter o câmbio. Isso
porque o dólar depreciado é um
fator a menos de contaminação
sobre os preços. Se o dólar está
em alta, os preços de produtos
que contêm insumos importados acabam por sofrer pressão.
Nas operações de sexta, o dólar encerrou a R$ 1,595, com
baixa anual de 10,24%. A moeda americana está hoje em seus
mais baixos níveis desde janeiro de 1999.
Na agenda nacional de hoje,
está a reunião periódica do
CMN (Conselho Monetário
Nacional). "O CMN anunciará
a meta para inflação de 2010,
que deverá ser mantida em
4,5%, provavelmente com a
mesma margem de tolerância
atual de 2 pontos", diz Teles.
"No front interno, dados da
indústria serão divulgados ao
longo da semana. A volatilidade
deverá continuar presente e o
ambiente internacional deverá
manter o clima de cautela na
Bolsa paulista na semana", diz a
Coinvalores.
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