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Com dívida de US$ 1,7 bi, Alitalia pede concordata
Após mudança na lei pelo governo Berlusconi, parte lucrativa deve ficar com italianos
Companhia aérea estatal
deverá ser dividida
em duas; as divisões
não-lucrativas serão
vendidas ou liquidadas
DA REDAÇÃO
A Alitalia declarou estar insolvente e pediu concordata,
dando o sinal de largada para o
plano patrocinado pelo governo italiano de vender a empresa aérea estatal. Depois de dois
anos procurando um comprador, a empresa deverá ser dividida em duas, com a parte lucrativa ficando com um grupo
de investidores italianos.
Segundo o plano, as divisões
não-lucrativas da Alitalia serão
vendidas ou liquidadas e a divisão de viação aérea será fundida com a Air One, sua principal
concorrente nacional, criando
uma empresa aérea isenta de
dívidas com domínio de 65% do
mercado italiano. Um grupo de
investidores, encabeçados por
Roberto Colaninno, presidente
do conselho administrativo da
Piaggio, vai gastar cerca de 1
bilhão (US$ 1,46 bilhão) na
compra e no custeio da nova
companhia aérea.
A companhia aérea, que não
registra lucro desde 1999, vem
perdendo cerca de US$ 3 milhões por dia -prejudicada pela competição com empresas
de aviação de baixo custo, pelos
altos preços do combustível e
por greves dos trabalhadores.
Segundo nota divulgada ontem, a dívida da empresa era de
US$ 1,73 bilhão no final do mês
passado, mas o montante não
inclui o empréstimo de quase
US$ 450 milhões dado pelo governo em abril para garantir
que ela continuasse operando.
A separação da empresa em
duas é mais uma tentativa do
governo italiano de vender a
Alitalia, em que é dono de
49,9% das ações. Anteontem, o
governo do primeiro-ministro
Silvio Berlusconi modificou a
principal lei de falência do país,
que foi ajustada para o pedido
de concordata da companhia
de aviação.
A ajuda para a Alitalia se tornou uma das prioridades de
Berlusconi desde que ele retornou ao poder, após a vitória nas
eleições em abril. Desde então,
o premiê disse várias vezes que
pretendia que a empresa continuasse em mãos italianas -o
que impediu o prosseguimento
das negociações com a Air
France-KLM.
Colaninno, que deve se tornar o presidente do conselho
da Alitalia, afirmou que é "indispensável" um parceiro estrangeiro para a companhia
italiana e disse que está negociando com a Air France-KLM
e a Lufthansa. O consórcio
franco-holandês disse que pretende "continuar sendo um
parceiro estratégico" da companhia italiana. A Lufthansa
não se manifestou.
Com agências internacionais
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