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Sérgio Werlang acredita que taxa poderá cair à medida que a situação fiscal melhorar
Criador do sistema de metas de inflação vê piso real de 8%
DA REPORTAGEM LOCAL
Criador do sistema de metas de
inflação utilizado pelo BC (Banco
Central), o economista Sérgio
Werlang, diretor-executivo do
Itaú, não tem dúvida sobre qual
seria o piso da taxa de juro real
hoje no Brasil: 8%, número que
seria dado pela relação entre dívida pública e PIB (Produto Interno
Bruto) e pelo superávit primário,
que é a economia que o governo
faz para pagar os juros.
Para ele, o juro real só poderá
diminuir à medida que a situação
fiscal melhorar.
(CT)
Folha - Existe um piso para a taxa
de juros real no Brasil?
Sérgio Werlang - O piso depende
da relação entre dívida pública e
PIB e do superávit primário. Hoje
esse piso seria próximo de 8%. À
medida que a relação dívida/ PIB
diminuir e o superávit primário
for maior, poderemos convergir
para uma taxa de cerca de 5%.
Folha - O sr. acredita que 2004 é o
ano em que o BC testará esse piso?
Werlang - Não. Em 2004, nós devemos ter um juro real de 9%. Hoje ele está em 11% e ainda há espaço para cair. Acho que o Banco
Central vai testar o piso em 2005.
Folha - Qual é a taxa de juro real
considerada ideal?
Werlang - Para crescer de maneira sustentada, seria necessária
uma taxa de 4%, 5%. Mas o Brasil
ainda pode crescer com juros elevados, desde que mantenha um
superávit primário elevado.
Folha - Mas ainda não há sinais de
crescimento.
Werlang - A retomada já começou. O PIB cresceu 0,4% no trimestre passado em relação ao anterior. Nossos cálculos indicam
que, quando a expansão atingir
3,2% ao ano, começa a haver queda no desemprego. Nós devemos
ter em 2004 um crescimento de
3,5% a 4%, que é compatível com
uma taxa de juro real de 9%.
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