DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o Brasil "fez o que podia e o que não podia" para que um acordo na Rodada Doha pudesse favorecer os mais pobres. A saída para o país será "continuar com acordos bilaterais", afirmou.
Ao lado do presidente da Costa Rica, Oscar Arias Sánchez, Lula culpou a política pelo fracasso em Genebra. "Tem eleições na Índia e nos Estados Unidos, houve um impasse das duas nações e o acordo não saiu", disse, concluindo: "Faz um ano e meio que venho dizendo que, menos do que econômico, tínhamos um problema político na OMC. Você querer que um país do tamanho dos EUA, com eleições marcadas para o fim do ano, que algum presidente se exponha em divergências com produtores agrícolas, é impensável".
Segundo Lula, o Brasil avaliava que um acordo, mais do que o fracasso total, pudesse favorecer os países de agricultura mais frágil.
O presidente da Costa Rica foi enfático nas críticas aos países desenvolvidos -Arias os chamou de "hipócritas".
O ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) qualificou o resultado como um "retrocesso". "Foi uma pena a gente ter trabalhado tanto para não dar em nada."
(LETÍCIA SANDER)