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IGP-M se desacelera em julho, mas passa de 15% em 12 meses
Neste mês, índice subiu 1,76%, contra 1,98% em junho; preços no atacado puxaram alta, com aumento de 2,20%
Com demanda aquecida,
há tendência de repasse quase integral do aumento dos preços do atacado
para o varejo, avalia a FGV
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
O IGP-M (Índice Geral de
Preços - Mercado) desacelerou
de junho (1,98%) para julho
(1,76%), mas em 12 meses atingiu 15,12% -a maior taxa desde
outubro de 2003.
Com alta de 2,20% neste
mês, semelhante à de junho
(2,27%), o IPA (Índice de Preços por Atacado) puxou o crescimento da inflação medida pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Os produtos agropecuários passaram de uma alta de
3,35% em junho para 3,69% em
julho, impulsionados pelos preços do milho e da soja.
Já os industriais avançaram
menos (1,63%, contra 1,86% em
junho), influenciados pela redução da pressão de minério de
ferro e fertilizantes. Esse último item subiu 86,57% em 12
meses, mas só 1,19% em julho.
Com a demanda aquecida,
avalia Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV, há uma tendência
de repasse quase integral do aumento dos preços do atacado
para o varejo, já que a variação
dos bens de consumo dentro do
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) foi de 8,37% em 12
meses e a dos bens finais dentro do IPA, de 9%.
Entre os exemplos estão a
carne bovina, que subiu 38,31%
no varejo e 35,44% no atacado
no período, e o óleo de soja,
com altas de 58,56% e 56,35%,
respectivamente. O feijão também teve variações semelhantes: altas de 137,38% no atacado
e de 134,13% (carioquinha) e de
142,82% (preto) no varejo.
Com menor pressão do item
alimentação, o IPC passou de
0,89% em junho para 0,65% em
julho. O ritmo de crescimento
do INCC (Índice Nacional da
Construção Civil) também diminuiu, de 2,67% para 1,42%,
com a menor quantidade de aumentos salariais neste mês. "O
IGP-M está em trajetória de
desaceleração", prevê Quadros.
Como reflexo da alta de 0,75
ponto percentual na Selic na
semana passada, além das outras duas de 0,50 ponto neste
ano, Fábio Romão, economista
da LCA, avalia que a atividade
econômica deve apresentar ritmo de expansão mais modesto
neste semestre em comparação
com o primeiro, o que vai fazer
com que haja "menos espaço
para o repasse de preços".
Na opinião de Quadros, o
combate à inflação não precisaria ser feito exclusivamente por
meio da taxa de juros. "Poderia
haver um reforço da política
fiscal, com os gastos do governo
sendo mais controlados para
compensar a alta da demanda
pelos consumidores".
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