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foco
Eike chora em ato de desagravo, que ataca ação da Polícia Federal
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A cerimônia que marcou a
concessão de licença prévia
para a construção de um dos
projetos de Eike Batista, 51,
tornou-se um ato de desagravo ao empresário, investigado
pela PF (Polícia Federal) por
supostas irregularidades no
processo de concessão de
uma ferrovia no Amapá.
Conselheiro e espécie de
braço direito de Batista, o ex-ministro e ex-governador do
Estado da Guanabara, Raphael de Almeida Magalhães,
77, classificou a ação da PF de
"enredo tragicômico". Eike
Batista chegou a chorar durante o discurso de Magalhães. "Tentaram manchar
sua honra de cidadão, empresário e brasileiro num ato de
irresponsabilidade e de gratuidade", afirmou, durante
discurso no Palácio Guanabara, no Rio.
Magalhães exaltou o fato de
Batista ter dado garantias
pessoais à empresa Anglo
American, que está comprando parte dos ativos do grupo
de Eike, entre os quais a ferrovia em questão.
"Apenas ele, e não as demais empresas de capital
aberto de seu grupo [pode
responder] por qualquer prejuízo que possa vir a resultar
do enredo tragicômico armado pela espúria associação
entre alguns agentes da PF,
descuidados dos deveres de
prudência e moderação com
que devem exercer suas importantes missões; alguns
membros do MP, atraídos pelos holofotes da evidência pública e de poucos jornalistas,
seduzidos pela notoriedade
do denuncismo de fácil extração, envolvendo projeto em
plena operação da MMX no
Amapá".
O governador Sergio Cabral elogiou o empresário,
mas cobrou mais prudência
nas críticas à PF e à imprensa.
"Há excessos. Mas é muito
melhor ter uma PF trabalhando, um MP trabalhando e
uma imprensa livre do que visitar meu pai na cadeia como
visitei quando tinha sete
anos. Então, vamos ter cuidado nas críticas a essas instituições porque elas podem
errar, mas são fundamentais.", disse Cabral, que classificou Batista como um homem limpo.
Durante o seu discurso, Eike Batista evitou abordar a investigação da PF, mas ressaltou que construiu reputação
internacional baseada na ética, na transparência e "na capacidade ímpar de execução
de projetos". O empresário
optou por não conceder declarações à imprensa.
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