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Manter-se no mercado requer criatividade
DA REPORTAGEM LOCAL
A criatividade necessária à carreira de artes visuais não se restringe à capacidade de concepção
de obras. Ela também precisa ser
aplicada diariamente no processo
de inserção no mercado. Pouco
convencional, o caminho depende bastante das soluções encontradas pelo profissional na criação
do seu próprio espaço.
"Nada é fácil, são as motivações
pessoais que nos levam adiante. É
preciso correr atrás, forçar a barra", comenta Daniela Brilhante,
29. Formada em arquitetura pela
UnB (Universidade de Brasília),
ela realiza projetos em artes visuais desde 1999. Vídeo e design
são os suportes que mais utiliza.
Há dois meses, foi selecionada
para fazer parte do Spa das Artes,
em Pernambuco, com o projeto
Fiteiro do ET Gay. Mascarada,
vendia balas, cigarros e outros
itens que ganharam a identidade
visual do personagem que criou.
Em 2002, em parceria com o
também artista visual Lourival
Batista, 29, emplacou o Concurso
do Mickey Feio como instalação
premiada na Mostra Rioarte Contemporânea. O projeto consistiu
em coletar desenhos e objetos de
estética duvidosa que faziam referência ao personagem de Walt
Disney. Faturou R$ 10 mil.
Arriscando suas primeiras atuações no circuito brasileiro, Aslan
Cabral, 24, acredita que as artes
visuais atravessam um "boom".
"Há muita gente se lançando. Vai
haver uma hora da verdade para
peneirar os bons", ressalta.
Atualmente, Cabral usa a internet para levar pessoas em todo o
mundo a reproduzir o logotipo da
marca Coco Chanel em objetos
inusitados. Em Recife (PE), a experimentação pode ser conferida
em bueiros e lixeiras. Em Uberlândia (MG), um bosque inteiro
ganhou árvores enfeitadas com o
símbolo. Em Bilbao, na Espanha,
grafiteiros misturam a marca aos
seus trabalhos. "Não tem nada de
protesto, é só mobilização coletiva", enfatiza Cabral.
Circuito próprio
Vencedora da edição 96 do Prêmio Philips para Jovens Talentos,
Adriana Xiclet, 35, mudou-se do
Espírito Santo para São Paulo em
1997. "Levei meu currículo de galeria em galeria. Acabei entendendo que o melhor era criar meu
próprio circuito", conta a artista.
Desde 2001, Xiclet vive da Casa
da Xiclet, uma galeria criada para
impulsionar principiantes em artes visuais. "É um espaço para
pré-lançamentos", define.
(TD)
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