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ARTES VISUAIS
Web art, arte-tecnologia, videoarte e instalação são alguns dos formatos que ganham força
Lingua gens emerg entes amplia m atuação
TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem já foi à 29ª edição da Bienal de Artes de São Paulo pôde ter
uma idéia: a arte contemporânea
concentra uma enxurrada de
linguagens entrelaçadas e ilimitadas possibilidades de atuação.
Web art, arte-tecnologia, arte-ciência, videoarte, instalação, performance e interferência urbana
são exemplos de conceitos que
ganharam força no cenário mundial desde a década de 90. Ancorada neles, uma nova geração de
artistas está se projetando.
Arte visual é o termo que define
o campo. Nele, manifestações
plásticas tradicionais como pintura, escultura, desenho e fotografia
deixam de figurar como categorias excludentes para se tornarem
cada vez mais interligadas.
"O artista de hoje não é mais especialista numa única linguagem.
Ele pode pesquisar em gravura,
registrar em fotografia e explorar
conceitos espaciais na montagem
de uma instalação", observa Marcelo Monzani, gerente do núcleo
de artes visuais do Instituto Itaú
Cultural. "Ele transita", resume.
Além disso, esse artista visual
nem sempre é artista. Ou, pelo
menos, não de formação. Pode
ser tecnólogo, cientista, físico, arquiteto. A necessidade de inovação abrange perfis distintos.
Premiada na Holanda por uma
peça em tapeçaria, a artista plástica Carla Tennenbaum, 25, é um
exemplo. "Estou me aproximando cada vez mais do design", diz.
Para Monzani, a soma de educação formal, autodidatismo e
abertura à troca de informações é
um ponto forte no currículo. "A
educação formal tem peso porque
o mercado tem limitações. Nem
sempre é fácil vender uma obra.
Então recorre-se a outras frentes
de sobrevivência como dar aulas,
cursos ou palestras."
Artur Matuk, professor da ECA-USP (Escola de Comunicação e
Artes da Universidade de São
Paulo), concorda com a importância do ensino formal. "A base
de um curso universitário é fundamental para a arte-tecnologia.
É preciso ter bagagem técnica."
Gestor
Empreendedorismo e ""networking" são outras chaves valiosas.
E capacidade de autogestão para,
por exemplo, tentar um lugar em
salões, programas de incentivo à
formação e prêmios. Muitos dos
prêmios, aliás, são dados em dinheiro.
Antenada com a efervescência
do setor, a Funarte (Fundação
Nacional de Arte do Ministério da
Cultura) lançou em julho a Rede
Nacional de Artes Visuais, que
reúne artistas em oficinas que devem ocorrer em todos os Estados.
"Queremos contribuir para a formação dos artistas e educar as diversas regiões para receber a arte
visual", diz Nelson Ricardo Martins, coordenador da rede.
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