FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois da experiência de seis meses de estágio com um paciente em tratamento de esquizofrenia, o empresário Artur Der Haroutiounian, 48, dono das lojas de calçados Fofa Shop, decidiu contratá-lo. Além disso, abriu espaço para outros quatro participantes do programa do HC-USP e explicou à sua equipe a origem dos estagiários.
"O segredo de uma loja são as pessoas que trabalham nela", defende o empresário, que diz não haver razão para discriminar funcionários com histórico de sofrimento mental. "Trabalham comigo pessoas muito honestas, que se sentem agradecidas pela oportunidade e querem mostrar que são capazes. Isso me passa segurança."
Já Arnaldo Coutinho, 65, diretor da instituição filantrópica Fraternidade Assistencial Esperança, admite participantes do programa na livraria da entidade.
"Todo ser humano merece respeito, atenção e oportunidade", afirma ele, que disponibilizou duas vagas para estagiários e diz acreditar que não faz mais do que sua obrigação social. "Não há nenhuma diferença [entre os pacientes do programa e os funcionários comuns]. São pessoas totalmente integradas, fazem tudo o que os outros fazem", descreve.
Ele diz que os benefícios para os funcionários são evidentes -mas que a livraria também ganha. "Minha impressão é muito positiva. São pessoas excelentes, que eram marginalizadas pela sociedade. Elas se esforçam para retomar a vida." (BL)


Texto Anterior: Inclusão: Ambiente de trabalho auxilia tratamento
Próximo Texto: Brasileiro implantou programa na Alemanha
Índice