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Cerca de 70% é o índice de sucesso na reintegração profissional de portadores de sofrimento mental obtido na Alemanha por esse modelo de programa. A iniciativa inspirou a criação do programa ReAção no HC-USP.
Concebida na Universidade de Heidelberg (Alemanha), a idéia foi colocada em prática sob a coordenação do psiquiatra brasileiro Wagner Farid Gattaz, 53, professor titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. O projeto acabou encampado pelo governo daquele país e hoje é financiado pelo seguro social.
O uso de terapias ocupacionais para tratar sintomas de transtornos psiquiátricos não é novidade, mas, diz o professor, o programa tem o mérito de colocar o paciente numa situação de trabalho.
"Existem tentativas parecidas, mas não de propiciar ao paciente a vivência de um ambiente real, em que ele tem todas as dificuldades da situação regular, com responsabilidades e horário definido para entrar, sair e almoçar", explica Gattaz.
Entre os diferenciais do programa estão ainda o acompanhamento permanente e a parceria com a iniciativa privada. Segundo ele, a intenção é transformar a experiência-modelo em programa oficial também no Brasil.
Além de reabilitar cada um dos pacientes, a proposta é diminuir o estigma das doenças psiquiátricas. "Geralmente se associa doença mental a violência. Depois de conviver com essas pessoas, os empresários elogiam [os estagiários]. Isso afasta o preconceito."
As firmas participantes não têm gastos com os estagiários. Empresários interessados em ofertar vagas para o programa podem telefonar para 0/xx/11/3069-8010. A equipe do Hospital das Clínicas seleciona pacientes capacitados para cada perfil de vaga. (BL)


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