São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003 |
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CARREIRA Para o consultor Edward de Bono, que fez palestra no país, empresas não reconhecem criatividade Inovação precisa gerar valor, afirma "guru"
EDSON VALENTE Folha - Quais as barreiras mais comuns à inovação? De Bono - A principal reside no fato de cada idéia nova ter de passar por diversos gerentes da organização. Eles podem não querer nada inovador, pois isso significa risco e perturbação. É preciso que a inovação "corte caminho" de alguma forma, sem ter de passar por todos os níveis hierárquicos. Folha - Como desenvolver a criatividade na firma em que se atua? De Bono - As companhias precisam estabelecer listas de objetivos e treinar os empregados para que gerem novas idéias em determinadas áreas. Se a organização não incentivar, a maioria das pessoas não pensará criativamente. Elas têm de ser encorajadas a ter novas idéias e recompensadas quando isso acontece. É algo que precisa vir do topo das empresas. Folha - Criatividade e inovação são possíveis mesmo nas mais burocráticas atividades e profissões? De Bono - Sim. Há duas coisas a serem esclarecidas. Em primeiro lugar, uma mudança, por si só, não implica criatividade, se não houver adição de valor. É preciso chegar a um resultado lógico e valioso. Além disso, as pessoas consideram que pensar criativamente é ser "do contra", mas isso também não é verdade. Inovar é criar valor. O dono de uma idéia deve vendê-la aos superiores associada a seu valor potencial. Folha - As pessoas se tornam mais inovadoras em tempos de crise? De Bono - Em uma crise, geralmente, tende-se menos à inovação, porque o risco é muito alto. Folha - Qual a melhor forma de
combinar uma grande quantidade
de informação com criatividade e
inovação? |
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