|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
PÁGINA VIRADA
Plano de pós-carreira inclui reflexão e amadurecimento
Trabalho pode estar em empresas menores ou em outra profissão
Rafael Hupsel/Folha Imagem
|
Após 38 anos como juíza, a desembargadora Maria Aparecida
Pellegrina, 70, aposentou-se. Como sabia que não conseguiria
parar de trabalhar, tornou-se consultora jurídica de empresas, escreve pareceres e faz pesquisas |
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de manter o padrão de
vida, sentir-se produtivo é o
grande desafio do aposentado.
Por isso grande parte deles
quer continuar a trabalhar.
A secretária Wanda Almeida,
54, por exemplo, aposentou-se
em 2005, mas, depois de conversar com o departamento de
recursos humanos da Unimed
VTRP, sua empregadora, percebeu que ainda tinha condições de contribuir com a firma.
"Eu tenho muita energia", diz.
Luis Carlos Estanqueiro Giraldes, 59, que era gerente da
AstraZeneca, conta que se aposentou para cuidar da mulher,
que estava doente.
"A empresa deu todo o apoio,
mas, depois que ela morreu, eu
vi que deveria voltar para o
mercado de trabalho. Hoje, sou
consultor", conta.
Para os ex-funcionários que
não têm atendimento de psicólogos da firma, a solução é encontrar sozinhos as respostas
para a nova fase da vida.
Para Saulo Lerner, diretor de
executivos-chave da Right Management, o planejamento do
pós-carreira é fundamental.
"É comum ver executivos
acima de 50 anos querendo
continuar no mesmo cargo,
mas não são mais competitivos.
Deveriam reinventar-se", diz.
Ponto de partida
Uma solução apontada por
Lerner é que, antes dos 35 anos
de idade, o profissional comece
a pensar no futuro. "Deve-se
saber que a sua identidade não
é unicamente a de executivo."
Maria Lúcia Pettinelli, diretora da Choice Consulting, diz
que é necessário fazer uma reflexão sobre as atividades que
podem dar prazer, seja tornar-se um especialista, seja enveredar por uma segunda carreira.
Foi a opção do advogado Reinaldo Lino, 58. Enquanto ainda
trabalhava como fiscal de renda, ele cursou a faculdade de direito, já com planos de atuar na
área depois que se aposentasse.
Hoje, é sócio de um escritório
e lida com questões tributárias
e empresariais.
Segundo Adriana Fellipelli,
sócia-diretora da consultoria
Fellipelli, dependendo do nível
hierárquico em que o funcionário se aposenta, ele continua
como conselheiro, porque é
uma referência.
"Mas, se ele não atingiu níveis muito altos, uma solução é
buscar uma vaga em empresas
menores, porque a experiência
acumulada é válida."
(MCN)
Texto Anterior: "Minha luta é contra a corrupção" Próximo Texto: Legislação Índice
|