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BENEFÍCIOS
VIDA NA EMPRESA
Para reter os funcionários e mantê-los satisfeitos, empregadores investem em serviços diferenciados e levam academias, médicos, spas, creches e áreas verdes para dentro do ambiente de trabalho
Atrativos vão além do plano de saúde
ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Foi o tempo em que bastava ao
empregador oferecer plano de
saúde, auxílio-alimentação e
seguro de vida subsidiados para
cair nas graças dos profissionais.
Hoje, as grandes companhias têm
de investir muito além do "pacote
essencial" de benefícios para seduzir funcionários e candidatos.
Os atrativos básicos não perderam importância, apenas se
tornaram comuns demais. Segundo pesquisa da consultoria
Towers Perrin, obtida com exclusividade pela Folha, 100% das
grandes empresas do país concedem plano de saúde aos colaboradores. O auxílio-alimentação é
realidade em 99% delas (veja os
números no quadro abaixo).
Para se diferenciarem, enquanto alguns optam por "diferenciais
monetários", como previdência
privada e remuneração variável,
outros miram o bem-estar.
Serviços como academias, massagistas, médicos, creches e outros estão à disposição em um
grupo crescente de organizações.
Algumas enfocam mais do que
qualidade de vida. "Conheço uma
[firma] que coloca advogados tributaristas custeados à disposição
dos gerentes", conta Marcos Morales, 37, diretor de capital humano da consultoria Watson Wyatt.
O grupo Pão de Açúcar também
é exemplo. Possui quadras de
squash, salão de beleza, shiatsu e
psiquiatra na sede -além disso,
facilita a compra da casa própria.
Na farmacêutica Organon um
dos destaques é o lanche oferecido a quem estuda à noite. "Sempre conciliei trabalho e estudo, e a
empresa em que estava não tinha
lanche. Ter uma refeição antes de
estudar é ótimo", diz o diretor de
RH, Ivo Fernandes Locci.
Outra nova tendência é a de flexibilização dos benefícios. Assim,
o funcionário escolhe o que quer
ganhar. "Um solteiro vai preferir
um MBA pago a um plano de saúde para o cônjuge", pondera Felinto Coelho, 43, gerente de aposentadoria da Towers Perrin.
Críticas
Alguns especialistas dão alerta
sobre os benefícios que retêm o
profissional na empresa. "É uma
faca de dois gumes. Pode facilitar
a vida de quem utiliza, mas diminui o "networking" [a rede de contatos e amizades] fora da empresa", diz Mauro Hollo, 45, sócio-diretor da consultoria Konsult.
João Canada Filho, 49, vice-presidente do Grupo Foco, concorda.
Para ele, a prática "anula" as
oportunidades de se relacionar
com pessoas diferentes.
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