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OLHO VIVO
Nicho corporativo já desbanca o conjugal em certas firmas de detetives
Fraude "rivaliza" com adultério
DA REDAÇÃO
Tradicionalmente, o maior
mercado de investigação privada é o conjugal, formado por
uma multidão de maridos e de
mulheres que suspeitam de traição do parceiro. Nesses casos, a
atuação do detetive se resume a
seguir e, se necessário, documentar o eventual adultério.
Ao menos no Brasil, a situação
parece estar mudando. "Nos últimos anos a demanda por contra-espionagem está cada vez
mais forte. A bisbilhotagem em
empresas está muito grande,
graças à facilidade de instalar escutas e outros aparelhos", avalia
a investigadora Ângela Bekeredjian, que começou há 40
anos apurando casos de adultério e hoje se concentra mais no
nicho corporativo da profissão.
Liderando equipe de 11 detetives, que se infiltram rotineiramente como motoristas, carregadores, faturistas e outros, a
detetive afirma ter atuado em
cerca de 5.000 casos de fraude
desde a década de 70, quando
começou a se dedicar ao tema.
Em um de seus primeiros casos, ela teve de se disfarçar de
mãe-de-santo. "Era uma confecção que estava sofrendo desfalque de mercadorias. A secretária dizia incorporar espíritos
que apontavam um funcionário
de 70 anos como culpado. Os
donos, religiosos, acreditavam",
relembra a detetive.
Para investigar o problema,
passou a frequentar a fábrica
disfarçada de mãe-de-santo,
"vestida toda de branco e com
vários colares de contas".
Depois de algumas semanas
de investigação, matou a charada: a secretária e o vigia agiam
em conluio para desviar as roupas e colocar a culpa no funcionário mais antigo do lugar.
"Alguns casos são inacreditáveis", conclui ela, que cobra o
serviço de acordo com as perdas
registradas pelo cliente.
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