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Responsabilidade social se faz em casa
DA REPORTAGEM LOCA
A butique paulistana Daslu rema contra a maré da diminuição
dos berçários. Há três anos, emplacou a ação interna Vila das
Crianças, um espaço criado para
receber filhos de funcionárias.
"Temos 670 colaboradores e
88% são mulheres. Por isso sempre nutrimos a preocupação de
criar uma creche aqui", conta
Carmen Bicudo, 52, coordenadora de responsabilidade social.
O primeiro passo foi dado em
2001, quando Eliana Tranchesi,
proprietária, abriu mão de um
montante de dinheiro coletado
entre funcionários para lhe comprar um presente de aniversário.
"Ela me entregou R$ 5.000 e disse que era o início da creche. Abrimos o espaço seis meses depois,
com 36 crianças", conta Bicudo.
Para reduzir os custos, o trabalho voluntário é o motor da creche. "Temos 40 voluntários, entre
funcionários, clientes e amigos.
Eles dão aulas de inglês, de balé e
de capoeira e oferecem tratamento dentário e fonoaudiológico, reforço escolar. Muita gente ajuda."
Hoje, a Vila das Crianças atende
126 filhos de funcionárias com
idade entre quatro meses e 12
anos. "Se fosse para não ter trabalho, daríamos auxílio-creche. Mas
transformar essas crianças é nossa ação de responsabilidade social", esclarece a coordenadora.
Também adepta da filosofia que
"arrumar a casa" é mais importante do que fazer caridade lá fora,
Esther Schattan, 40, diretora da
Ornare, espera "quórum mirim"
para abrir sua creche. "O primeiro "baby boom" foi neste ano.
Quero ter um berçário aqui."
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