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Priorizar só o trabalho é erro, diz especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma "tendência à desqualificação massiva do mercado de
trabalho" é o resultado observado pelo professor titular do
programa de pós-graduação
em educação da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo), Alípio Casali, 55,
diante da falta de dedicação dos
estudantes aos conteúdos
transmitidos em sala de aula.
"A inexistência de tempo para estudar prejudica a aprendizagem e a assimilação. Para
concluir bem uma graduação,
o ideal é dedicar uma hora de
estudo diária para cada hora de
aula. Na pós-graduação, entre
três e cinco horas", explica.
Para ele, a realidade atual é
uma equação desequilibrada
em que "o tempo do mercado
se sobrepõe ao tempo de formação cultural do estudante".
Casali afirma ainda que o
próprio estagiário acaba sendo
vítima da sua má formação.
"Como a bagagem dele é ruim,
o mercado não o contrata. Não
há efetivação após o estágio."
Dois lados da moeda
Não é o que pensa a supervisora de acompanhamento de
estágios do CIEE, Vera Lúcia
Marques. "A efetivação depende de vários fatores. Não dá para generalizar dizendo que
quem estagiou oito horas foi
mal na faculdade. O que define
se o estágio é válido ou não é a
qualidade do programa aplicado, e não a jornada", ressalta.
A profissional explica ainda
que não estagiar também concentra riscos para a carreira dos
iniciantes. "Quem chega ao final do curso sem nenhuma experiência reduz bastante suas chances no mercado. São os dois lados da moeda."
(TD)
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