|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MIL VAGAS
Oferta de mão-de-obra inflaciona exigências; relação de inscritos por vaga em multinacional chega a 857
Cobiçadas, companhias apenas contratam "candidatos ideais"
PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Todas as empresas -a generalização aqui se faz necessária-
estão à caça de um profissional
quase idêntico. Ele deve gerar
bons resultados, ter olhos de lince
para antever oportunidades, ser
corajoso para enfrentar desafios,
um generalista que entenda o funcionamento da organização e um
especialista na função que ocupa.
Os outros requisitos, como conhecimento técnico, fluência em
idiomas e experiência, são praticamente consequência das exigências acima. Esse retrato falado
profissional reproduz a necessidade de uma companhia de grande porte para cargos de liderança,
mas não se resume a esses casos.
"O candidato procurado por
grandes e médias é quase o mesmo, a diferença está em quanto se
pode pagar por ele", afirma Ricardo de Almeida Prado Xavier, presidente da consultoria Manager.
Identificar gente tão capacitada
em tempos de excesso de mão-de-obra requer seleção minuciosa.
No programa de trainee da Unilever, foram 30 mil inscritos para 35
postos em 2002 (857 por vaga). A
Sony recebe 480 cadastros por vaga anunciada em uma semana.
Na Unimed Brasil, uma vaga de
supervisor de marketing chegou a
ficar seis meses aberta. "A demanda foi enorme, mas muitos candidatos não tinham experiência como gestor", afirma Rosana Nardy
Balote, gerente de RH e serviços.
Filme
"Os processos têm se prolongado e se aprofundado mais no histórico do candidato. Checamos
referências, mas nenhum instrumento oferece 100% de certeza",
afirma Patrícia Epperlein, sócia-diretora da Mariaca & Associates.
"Selecionar é também ousar."
Há organizações, como a Medial Saúde, que escolhem os currículos por competências, não avaliando apenas dados técnicos.
"Procuramos agir no menor
tempo para não provocar um desgaste nos candidatos", afirma Calos Alberto Marsal, diretor-adjunto de RH e estratégia. Na Medial, a
seleção para uma vaga operacional leva, em média, 15 dias.
Em outras, o candidato é entrevistado por profissionais de RH,
pelo órgão que requisitou a vaga e
em conjunto. Até os colegas podem ter participação na seleção,
forma encontrada para evitar
possíveis rejeições (leia abaixo).
Mostrar um filme aos candidatos foi a solução do Grupo Pão de
Açúcar para apresentar a companhia. "Quem não se sentir "tocado" não dá sequência ao processo", diz Maria Aparecida Fonseca,
diretora de recursos humanos.
Texto Anterior: Crescimento muda o rumo e vira horizontal Próximo Texto: Vaga é preenchida após "sim" coletivo Índice
|