|
Próximo Texto | Índice
VISTO DE CURTO PRAZO
Tempo de expatriado diminui junto com problemas e custos
Maioria das empresas acha as transferências caras
Marcelo Justo/Folha Imagem
|
|
O equatoriano Gustavo Díaz, gerente de negócios da Basf, fixou-se em São Paulo há cerca de um ano
EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As grandes empresas globais
têm vários motivos para enviar
cada vez mais funcionários a
outros países, como dar início a
projetos de expansão ou transferir conhecimentos.
Contudo, grande parte delas
-58,6%- considera que os
programas de expatriação são
muito caros e tem buscado alternativas menos onerosas.
De acordo com uma pesquisa
sobre transferências internacionais realizada pela consultoria Mercer e obtida com exclusividade pela Folha, as expatriações de curto prazo se consolidaram como alternativa aos
programas tradicionais de longa duração.
"O custo de uma expatriação
costuma ser até quatro vezes
maior do que o de um funcionário local. Com prazo menor,
o processo é menos oneroso",
afirma Renata Herrera, 27,
consultora da Mercer.
Embora os processos de longa duração tenham apresentado um crescimento maior, sua
duração vem diminuindo, segundo o estudo. Também se
tornaram mais comuns as
transferências de quem atua
em um projeto específico.
Foi o caso do equatoriano
Gustavo Díaz, 30, gerente de
negócios da Basf, que veio ao
Brasil há três anos para implementar um projeto que abarca
toda a América do Sul. "O Brasil era a base para onde voltava
após passar três meses em cada
país." Há cerca de um ano, Díaz
fixou-se em São Paulo.
"Há ainda processos híbridos, em que a pessoa volta para
casa de tempos em tempos.
Processos como esses devem
substituir os tradicionais",
completa Andrea Massoud, 42,
da Living Internationally, especializada em expatriações.
Dificuldades recorrentes
Segundo um estudo publicado neste ano pelo National Foreign Trade Council, órgão de
comércio exterior dos Estados
Unidos, a taxa de rotatividade
de funcionários é duas vezes
maior no caso dos expatriados.
"Eles necessitam de tempo
para se adaptarem às diferenças, mas precisam mostrar resultados enquanto isso ocorre",
pondera Mariana Barros, 27, da
Differänce, focada em integração cultural de estrangeiros.
As circunstâncias em que a
transferência é feita também
causam atrito. "Em casos de fusões, as pessoas da empresa anterior vêem o expatriado como
símbolo das mudanças", diz
Carmen Migueles, 45, professora da Fundação Dom Cabral.
"Após muito tempo em um
país, o retorno é outro problema", aponta Ivana Dolejal, professora de gestão de pessoas na
Universidade de Passo Fundo.
Próximo Texto: Visto em curto prazo: Adaptação da família conta pontos na transferência Índice
|