São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008

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VISTO DE CURTO PRAZO

Adaptação da família conta pontos na transferência

Sucesso de expatriação está ligado a políticas de apoio a cônjuge e filhos

IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A falta de adaptação da família do expatriado ao novo país é uma das principais razões do fracasso dos programas de transferência internacional, aponta estudo da Mercer. Cônjuges e filhos viraram, por isso, alvo de atenção das firmas.
Nesse quesito, as políticas de apoio aos cônjuges de expatriados de corporações norte-americanas e européias estão à frente das de asiáticas e latino-americanas, avalia Renata Herrera, consultora da Mercer.
Na Europa, elas representam 57,1%, e, nos Estados Unidos, 53,3%. Já na América Latina, caem para 20%, cerca de metade do percentual referente à Ásia -39,1%. No total, 45,6% das companhias consultadas possuem esses programas.
"Europeus e americanos têm um grau de maturidade maior em expatriação", diz Herrera.
Para consultores, a relação entre o sucesso do trabalho do transferido a outro país e o bem-estar familiar é direta.
Isso faz com que as empresas invistam em benefícios variados, de cursos de idioma e ajuda na escolha da moradia a inscrição em clubes e obtenção de documentos.
"É mais barato oferecer isso do que a expatriação ser abortada no meio do caminho", destaca Andrea Sebben, consultora em psicologia intercultural.
Segundo Ana Cristina Braga Martes, professora de sociologia da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas), é "impossível produzir bem se o filho está mal na escola ou a mulher não está conseguindo se integrar".
O indiano V. Sankarapandian, 35, diretor de projetos da TCS, conta que sua mulher, Sosy, 30, no início não aceitou bem a mudança para o Brasil.
"Isso me preocupa. Apesar de estar adaptada, ela ainda não consegue se comunicar aqui."
Para o casal de americanos Steve e Nectar Cantu, a comunicação está sendo resolvida aos poucos com aulas de português oferecidas pela International Paper, onde ele trabalha.
Além de deixar o cargo de professora, a maior preocupação de Nectar com a mudança foi a distância das filhas, que ficaram nos Estados Unidos.


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