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Ex-funcionários afirmam ter sido humilhados
DA REPORTAGEM LOCAL
Fortes cobranças e o que
ela classificou de humilhações levaram a ex-operadora
de telemarketing Márcia Oliveira, 41, a emagrecer 14 kg
em seis meses.
"Brincadeiras" como bater
na cabeça e nas costas dos
funcionários com um martelinho de plástico com buzina na ponta a constrangiam.
"Os outros riam da nossa cara. O supervisor batia e falava: "Vende, vende"."
Desde a época em que
atuou na firma, em 2002,
Oliveira luta contra a depressão, que, segundo ela,
piorou depois que seu supervisor a assediou moralmente, deixando-a, por
exemplo, de "castigo" em
uma salinha de descanso por
uma semana aguardando
que seu pedido de mudança
de área fosse atendido. Hoje,
tem dificuldade até para sair
de casa. "Às vezes, levo minha mãe comigo. Se alguém
grita, perco o controle."
Anderson Moraes, 24, por
sua vez, transformou sua experiência em call centers no
projeto de um curta-metragem. Um dos temas abordados no filme intitulado "A
Vida por um Fio" é o "último dia de meta".
Era justamente esse prazo
para alcançar a meta de vendas que afligia Arlete Sandra
Maielli. "Uma vez, a meta
não foi alcançada, e o supervisor bloqueou a porta para
ninguém sair." Ela, que diz
ter sofrido de depressão na
época em que era operadora,
conta que a cobrança era tal
que, certa vez, após pedir para ir ao banheiro, foi surpreendida: "A supervisora
bateu na porta para que eu
voltasse ao trabalho".
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