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IMPULSO IDEAL
Criatividade rende premiação e economia
Fernando Moraes/Folha Imagem
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Francisco Wolff foi contratado por ter feito um projeto considerado criativo |
BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quanto vale uma boa idéia? A
criatividade é um atributo difícil
de ser mensurado, mas rende
crescimento e visibilidade no
mercado a quem a desenvolve,
além de lucro às empresas.
"É um diferencial importante
para reduzir custos, redesenhar
processos ou gerar novos negócios", diz Fernanda Medeiros de
Campos, 37, diretora de recrutamento da Mariaca & Associates.
Em algumas companhias, um
corriqueiro "estalo" pode proporcionar um salário extra, uma viagem ou mesmo uma promoção.
A ABB (engenharia) premia sugestões dos funcionários com valores de R$ 20 a R$ 150, e, se o benefício for grande, a recompensa
é decidida pela própria diretoria.
A iniciativa dá resultado. No
ano passado, as 742 idéias que foram apresentadas se traduziram
em R$ 1,1 milhão de economia nas
fábricas de seus clientes e em R$
140 mil para a companhia.
"O objetivo é sedimentar a cultura do aprimoramento contínuo, a motivação e o comprometimento com a empresa", diz Rodrigo Santos, 34, coordenador regional de qualidade da ABB.
Já na Volkswagen, quem sugere
melhorias para seu posto de trabalho ou para a produção da
companhia pode receber bônus
de R$ 30 a R$ 150 mil. Desde que o
programa foi implementado, no
final do ano passado, a empresa
contabiliza 1.100 idéias.
Exposição
"Não temos bíblias de administração", resume Domingos Valotta Filho, "controller" da Sensormatic do Brasil (segurança). "O
mais importante é a disposição do
funcionário em se expor e se comprometer com a empresa", diz.
Um ano depois de ter sido colocada em prática, a idéia que obteve os resultados esperados é premiada com um salário adicional.
Em 2001, essas sugestões ajudaram a companhia a economizar,
por exemplo, R$ 28,5 mil em despesas de cartório e 20% no consumo de água. "O custo de implementação foi quase zero", afirma.
Do ponto de vista financeiro, as
recompensas aos funcionários
pelas boas idéias geralmente ficam muito aquém dos lucros que
geram. O maior resultado vem
mesmo quando os criativos passam a ser vistos com outros olhos.
Em tempos competitivos, ter
criatividade torna-se trunfo para
obter um diferencial no mercado.
Significa ser uma combinação de
curioso, bem informado, orientado para resultados, com boa visão
de mercado e persistente, para saber como vender e implementar a
sua idéia na empresa.
"Esses funcionários têm como
crescer. É a chance de ver quem se
destaca e sabe exercer liderança
em conjunto", analisa Santos. Na
opinião de Campos, "a criatividade precisa ser exercida especialmente por quem aspira a um papel de liderança na empresa".
Receptividade
Apesar de a maioria das empresas não adotar programas oficiais
de incentivo a boas idéias, na opinião de Érica Consolini, 23, consultora de serviços especiais da
Adecco Top Services, todas estão
abertas a quem traz soluções e é
receptivo a novas oportunidades.
Nesses casos, as chances de que
uma sugestão inteligente beneficie a carreira dependem de um
bom relacionamento com os superiores e de conseguir convencê-los a se envolver com o projeto.
"A visibilidade pode ser maior
ou menor dependendo do perfil
dos gestores. Bons líderes reconhecem as idéias, mas nem sempre elas são valorizadas", completa Valma Prioli, 38, consultora da
Watson Wyatt do Brasil.
Para Thomas Case, do Grupo
Catho, é mais difícil convencer os
superiores a arriscar nos casos
que envolvem mudanças nas estratégias das empresas. "São custosos. Os de implementação barata são aceitos mais facilmente."
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