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A ROUPA CERTA
Entrevista de emprego é momento crítico
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando o profissional já está
empregado, é mais fácil saber
o que vestir para não destoar
do ambiente de trabalho. Mas como ficam os candidatos na hora
da entrevista para um emprego?
Antes de mais nada, devem-se
buscar informações sobre a empresa, para conhecer o estilo. É
formal ou informal?
Para isso, vale perguntar a conhecidos que trabalham na empresa ou a conhecem, informar-se
na internet e, segundo Inês de
Castro, autora do livro "Moda no
Trabalho", até "fazer plantão" na
porta da companhia para observar como se vestem seus profissionais. Se restarem dúvidas, "é
melhor apostar no mais conservador", sugere Andrea Huggard-Caine, da Hewitt Associates.
O que não significa que os jovens devam adotar ares de mais
velhos. "As empresas buscam jovialidade", ressalta Sofia Amaral,
sócia da Companhia de Talentos.
Modelitos
Para os homens, o terno pode
ser a escolha ideal -especialmente para quem busca uma posição executiva-, mas nem sempre é a regra.
"Se a empresa for mais informal, pode dispensar a gravata ou
trocar o paletó por um blazer",
comenta Ilana Berenholc, consultora de moda ligada ao Senac
(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Sua versão feminina, o "terninho", também compõe bem em
todas as ocasiões, e pode passar
uma imagem mais moderna ou
conservadora de acordo com a camisa e com os acessórios usados.
O diferencial, afirmam as consultoras, fica por conta dos acessórios. "Não é interessante ficar
muito no clássico, sem transmitir
um pouco da sua personalidade",
comenta Luciane Robic.
Mas é preciso ter cuidado para
não exagerar. "Muitos querem
impressionar e vestem roupas
muito festivas ou muito chiques.
Isso deve ser evitado, porque passa uma imagem diferente do que a
pessoa é", conclui Castro.
Para as consultoras, detalhes como unhas muito compridas ou
pintadas com cores muito escuras, cabelos muito volumosos, decotes, fendas e transparências devem ser evitados em todas as ocasiões, pois são malvistos pelos selecionadores das vagas.
Informalidade
Posições executivas geralmente
requerem trajes mais sóbrios, como terno e tailleur (com saia ou
calça), mas esse tipo de roupa não
é muito vista em empresas tidas
como "contemporâneas", como
as que lidam com tecnologia.
"As companhias estão adotando vestuário mais informal", comenta Huggard-Caine. "Faz parte
de um conceito de qualidade de
vida no trabalho."
A Avaya (sistemas de comunicação), por exemplo, adota o vestuário informal do técnico ao diretor. "As únicas exceções são os
casos de reuniões com clientes e
negociações de banco", comenta
Tania Scaglioni, gerente de comunicação corporativa. "Todos se
sentem mais à vontade."
Mesmo companhias tidas como
mais conservadoras estão aderindo a esse estilo.
O Citibank, por exemplo, há
dois anos e meio trocou o visual
sisudo por camisas pólo ou de
modelos esportivos, sem gravata.
Mantém apenas restrições quanto
aos profissionais que lidam com
clientes e visitantes externos.
"Nos momentos em que representa a empresa, é preciso estar
bem trajado", afirma Nora-ney
Cerneviva, diretora de RH.
Mesmo essa regra ainda varia.
No Grand Hotel Mercure,
por exemplo, a gravata e os laços
usados pelos funcionários deram
lugar à gola padre, e o uso do
terno não é obrigatório. "Agradou a muitos clientes", diz o
gerente-geral Mauro Kaluf.
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