|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PORTUGUÊS FLUENTE
Para ir à frente, candidatos voltam à escola
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Procurar aulas de português
-mesmo depois de ter cursado
uma graduação- já não é visto
como motivo de "constrangimento" pelos candidatos, mas como "diferencial" no mercado.
A estudante Judith da Silva, 17,
por exemplo, fez cursos de expressão verbal e de gramática para aumentar suas chances de emprego, mesmo sem o incentivo
dos amigos. "Eles dizem que é
besteira estudar português, que
não será usado para nada. Preferem fazer informática ou inglês."
O universitário Tiago Lourenço
Bizarrias, 20, diz que aprendeu o
valor da língua portuguesa da
pior maneira: errou na conjugação em uma entrevista. "Soltei um
"a gente fomos"." Reprovado, agora planeja estudar mais.
Erro parecido cometeu João Ricardo Oliveira, 23. "Já falei coisas
como "entrar para dentro", "descer
para baixo" e gírias do cotidiano."
Quem já está empregado também pode recorrer a cursos, mas
para manter o emprego. É o caso
de Jandira Carvalho, pós-graduada, que ouviu o chefe lhe dizer que
"precisava melhorar o texto". Para tanto, voltou a estudar.
O corretor Ricardo Tomo, 40,
recorreu a aulas específicas para
melhorar a comunicação por escrito. "É difícil elaborar as propostas de seguros. Um bom texto
traz resultados melhores", diz.
A assistente de diretoria Inge
Elster, 37, que fala alemão e inglês
com fluência, voltou à escola para
reciclar o português. "Não adianta falar outros idiomas e esquecer
o próprio", afirma.
Alessandra Paula Monteiro, responsável pela comunicação interna de uma concessionária, conta
que geralmente pede a outros
funcionários que elaborem os textos mais formais do dia-a-dia.
Agora, cursa aulas de português
para desempenhar a função: "É
ruim depender dos outros para
fazer esses trabalhos".
Ortografia
O Nube, que recruta estagiários,
aplica um ditado de 30 palavras
nos testes de seleção. Segundo o
diretor Seme Arone Júnior, é comum haver de dez a 20 vocábulos
errados por prova (leia as palavras "difíceis" no quadro abaixo).
Maria Cristiane dos Santos, estudante, passou por testes desse
tipo em seleções e começou a se
preocupar com o domínio do
próprio idioma. Depois de "sofrer" com a falta de clareza para se
expressar em entrevistas de emprego, entrou para um curso especializado para se aprimorar.
ONDE ENCONTRAR
LIVROS: "400 Erros que os Executivos
Cometem ao Falar e Redigir", ed. Edicta;
"Como Escrever Melhor", ed. Publifolha;
"Inculta e Bela vols. 1, 2 e 3", ed. Publifolha; "Língua Viva", ed. Rocco; "Manual de
Redação para Executivos", ed. Madras
SITES: www.gramaticaonline.com.br;
www.terra.com.br/sualingua;
www.uol.com.br/folha/fovest
/gramatica.shtml;
www.uol.com.br/linguaportuguesa
Texto Anterior: Alto escalão sofre cobrança ainda maior Próximo Texto: Aulas especiais dão toque extra aos currículos Índice
|