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TRADUZINDO
Conversa ajuda a matar "bicho-papão"
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Liguei para a professora, chamada Priscilla, que atendeu
com um "alô". No momento em
que eu disse meu nome, automaticamente ela "acionou" o
inglês. Começava a minha primeira aula por telefone.
Eu já havia recebido previamente, por e-mail, algumas sugestões de tópicos para discutirmos durante a aula, que teria
duração de meia hora, mas ainda não tinha tido tempo de analisar com calma.
Foi ela quem sugeriu o primeiro assunto: "O que esperamos
com ansiedade raramente acontece; o que menos esperamos
geralmente se torna realidade".
Daí para a frente enveredamos por uma discussão filosófica a respeito da vida, sempre em
inglês. Quando dei por mim, já
havia contado parte da minha.
Como não havia lido os tópicos, imaginei que a conversa ficaria truncada, mas Priscilla não
vacilou, tinha sempre um comentário ou uma pergunta na
ponta da língua. Os 30 minutos
passaram muito rápido, ao final
dos quais já havíamos falado sobre assuntos tão diversos como
a influência do dinheiro na vida
humana e a carreira de meu pai.
A maior controvérsia ocorreu
quando analisávamos se a memória pode, às vezes, ser melhor
que o fato real. Eu defendi a tese
de que o apego exagerado ao
passado pode levar uma pessoa
a não olhar mais para o futuro.
Priscila rebateu, salientando o
papel de uma boa lembrança
que fica depois de uma experiência que, ao vivo, pode não
ter sido muito gratificante.
Depois da aula, recebi um e-mail com a grafia das palavras
que eu havia pronunciado incorretamente e alguns comentários. Mais do que vocabulário,
no entanto, ganhei segurança.
Falar ao telefone em inglês já
não é mais um "bicho-papão".
A jornalista Renata de Gáspari Valdejão participou de aula por telefone
a convite da Companhia de Idiomas.
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