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TRADUZINDO
Aula personalizada ajuda a ler originais de Marx
EMIR SADER
sociólogo
Eu estudei filosofia na USP
(Universidade de São Paulo),
ainda na rua Maria Antonia. Por
rigor, era indispensável ler os autores no original. Assim, primeiro estudamos grego para poder
ler Platão e Aristóteles.
Mais tarde, quando escolhi um
tema de Marx para fazer tese de
mestrado -defendida em 1968,
mas só publicada 25 anos depois, com o título "Estado e Política em Marx"-, tive de estudar
alemão. Fiz um ano de Instituto
Goethe para aprender o básico.
Posteriormente, procurei a
mãe de uma professora de antropologia -dona Grette, mãe
de Renate Nutzler- para ter aulas particulares durante vários
meses. Eu lhe adiantei que não
tinha a pretensão de aprender a
falar ou a escrever alemão em
pouco tempo e que, além disso,
pretendia estudar diretamente
nos textos de Marx.
Ela, extraordinária professora,
alemã de origem, foi de fundamental valia. Era clara a sua falta
de identidade com os textos de
Marx, mas ela se limitava a propor as formas possíveis de compreensão e de interpretação.
Eu ajudava com o que sabia de
polêmica a respeito de alguns
conceitos, conforme as traduções. Especialmente na filosofia
e na literatura, perde-se o fundamental -o estilo nesse caso, a
precisão dos conceitos no outro-, se não se lê um autor no
idioma original.
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