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TRADUZINDO
Incrementar aula clássica é desejável
JAIRO BOUER
médico e colunista da Folha
Fiz um curso de inglês bem
longo, que atravessou o ensino
fundamental, o médio e avançou durante a faculdade de medicina. Depois, engatilhei um de
francês que me acompanhou o
restante da faculdade e na residência em psiquiatria. As aulas,
duas vezes por semana, duravam em média duas horas. Boa
parte era tradicional: professor,
livros, quadro-negro e alunos.
Já naquela época, em que a interatividade não era tão popular, a gente preferia as aulas de
laboratório. Lá ficávamos brigando para entender e reproduzir o que aquele "native speaker" (um inglês, no caso) contava para nós. Eram as aulas mais
desafiadoras. A gente não ia para lá porque precisava ir. A gente escolhia, de alguma forma, estar lá. A atividade do aprendizado tinha contornos mais agradáveis. Nesse sentido, as aulas
eram mais gostosas, sem a cobrança diária da escola. Mas,
sem dúvida, as outras formas de
aprender (teatro, filmes não-legendados, fitas e CDs, trabalhos
com revistas e jornais) proporcionavam maior curiosidade.
Em um curso de língua, mesmo as aulas clássicas não são tão
clássicas assim. Aprender uma
cultura, perceber que é possível
a comunicação usando outros
códigos, tudo isso ajuda a combater eventuais monotonias do
percurso. Mas hoje, com os recursos que existem para facilitar
o aprendizado, é pena ficar só
no clássico. Inovar é mais do
que necessário, é desejável.
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