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PÓS & MBA
Curso no exterior abre portas, mas temporada é um risco para executivos em ascensão
Viagem de estudos favorece os mais jovens
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá", escrevia
Gonçalves Dias, numa época em
que MBA nem existia e em que as
escassas oportunidades de formação acadêmica no território nacional praticamente condenavam
o estudante ao "exílio".
Mas, se ainda podem se queixar
de nostalgia, os brasileiros que
saem do país para estudar não o
fazem por falta de opções. Quem
migra para se dedicar ao "master"
em administração no exterior ganha em vivência e prestígio, mas
não acumula necessariamente
mais conhecimento do que se ficasse no Brasil, onde já há diversas escolas de boa qualidade.
"Tanto lá como aqui há MBAs e
MBAs. Há cursos excelentes no
Brasil e há cursos precários lá",
pondera Roberto Paschoali, diretor da BSP (Business School São
Paulo). "Um MBA norte-americano de primeira linha pode representar uma vantagem no mercado. Mas demanda muito tempo, dinheiro e dedicação."
Que o diga o engenheiro Evandro Trus, 35, que em 1996 vendeu
apartamento e carro e deixou um
cargo gerencial para cursar MBA
na Indiana University (EUA). "Eu
quero ir mais longe, chegar à presidência de uma empresa", diz.
Concluídos os estudos, ele passou por GM e Lucent e terminou
na AOL, onde é hoje gerente.
"O MBA abriu meu campo de trabalho para outros países."
Mas infelizmente não é sempre
que a ousadia de vender tudo para
estudar no exterior é recompensada.
Escolha certa
As principais vantagens de estudar no exterior -aquisição de visão global de negócios, "networking" internacional e ampla discussão de "cases"- podem ser
desperdiçadas se a escola escolhida for ruim, alerta Patrícia Molinos, diretora da KPMG. "O mercado olha de maneira bastante
positiva só as dez ou 20 melhores
escolas", argumenta.
Estudar fora é especialmente interessante para jovens formados
há pouco tempo ou com até três
anos de experiência profissional,
analisa James Wright, diretor do
MBA executivo internacional da
FIA (Fundação Instituto de Administração, conveniada à FEA-USP). "A relação custo-benefício
é melhor no Brasil, em especial
para alunos maduros, com mais
de cinco anos de formação e cuja
carreira está em ascensão."
Aulas em inglês
Em São Paulo, um dos poucos
MBAs norte-americanos em
atuação é o da Pittsburgh University, no país há cinco anos. O
curso custa US$ 45 mil, sem contar três viagens internacionais
obrigatórias à sede da universidade, nos Estados Unidos.
"O executivo terá as mesmas
oportunidades [de um curso no
exterior] sem precisar morar fora
do país", compara Cristina Marcondes Machado, diretora do
programa da Pittsburgh na América do Sul.
(JG)
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